30 de setembro de 2025
Politica

Denúncia contra trama golpista foi dividida em núcleos; saiba o que pesa contra cada grupo

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 foi fatiada em cinco núcleos de atuação. A divisão tem origem na investigação da Polícia Federal (PF) e foi adotada pela PGR para facilitar a fase de instrução do processo e acelerar o julgamento das ações penais.

Os núcleos são separados conforme a linha de atuação de seus integrantes. O ex-presidente Jair Bolsonaro integra o principal grupo dos réus, o “núcleo 1″, também chamado de “núcleo crucial”, composto por pessoas em posição de comando. O núcleo crucial será julgado a partir desta terça-feira, 2, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Há sessões de julgamento marcadas até o dia 12 de setembro.

Sessão da Primeira Turma do STF em 19 de agosto; réus dos cinco núcleos da trama golpista serão julgados pelo colegiado
Sessão da Primeira Turma do STF em 19 de agosto; réus dos cinco núcleos da trama golpista serão julgados pelo colegiado

Além de Bolsonaro, o núcleo crucial é formado por aliados próximos ao ex-presidente e militares de alta patente. Segundo a PGR, “deles partiram as principais decisões” para consumar a tentativa de golpe. Os integrantes do núcleo 1 são acusados de aparelharem instituições públicas para a difusão de uma narrativa de fraude nas urnas eletrônicas. O núcleo também é integrado pelo tenente-coronel Mauro Cid, que, segundo as investigações, realizava a interlocução entre os demais núcleos da organização.

O núcleo 2 é apoiado de oferecer apoio jurídico, operacional e de inteligência ao golpe. Pesa contra membros desse grupo a elaboração da “minuta golpista”, o esboço de um documento que imporia um estado de exceção no País. Três dos seis réus do núcleo integravam o Ministério da Justiça na época dos fatos investigados. Os réus são acusados de executar uma tentativa de impedir o trânsito de eleitores em regiões mais favoráveis a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia do segundo turno das eleições de 2022.

Também pesam contra o núcleo 2 acusações envolvendo o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a elaboração de um plano para assassinar o magistrado e a chapa eleita, formada por Lula e Geraldo Alckmin.

O núcleo 3 é composto por dez réus que teriam executado “ações táticas” para a tentativa de golpe. São réus do núcleo os “kids pretos”, como são chamados os recrutas das Forças Especiais do Exército Brasileiro. Além dos “kids pretos”, o núcleo inclui um agente da PF, Wladimir Matos Soares, escalado para trabalhar na posse de Lula em 1º de janeiro de 2023. Segundo a investigação, o agente forneceu informações sobre o evento ao grupo golpista.

No núcleo 4, os réus são acusados de espalhar desinformação contra urnas eletrônicas e instituições e de promover ataques virtuais contra militares que não aderissem ao plano de golpe.

O único denunciado do núcleo 5 é o influenciador Paulo Figueiredo Filho, que também é acusado de disseminar desinformação. A denúncia contra o jornalista ainda não foi julgada pela Primeira Turma, e Figueiredo é o único entre os 34 acusados pela Procuradoria que ainda não teve a denúncia recebida ou negada pelo STF.

O processo contra o jornalista, que está nos Estados Unidos, está travado pela contestação do método utilizado por Moraes para notificá-lo do andamento do caso. Figueiredo não constituiu advogado e é representado pela Defensoria Pública da União (DPU).

 

 

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