5 de setembro de 2025
Politica

Advogados tentam convencer STF de que não há autores para crimes cometidos

As defesas de Jair Bolsonaro e outros réus apresentaram ao plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) uma conta que não fecha. Nas sustentações orais, os advogados não negam que houve o planejamento de um golpe de Estado no País, mas dizem que seus clientes não participaram dele.

Impedido de negar a existência do plano para matar autoridades, que foi comprovada no processo, e as invasões às sedes dos Três Poderes, amplamente noticiadas, Celso Vilardi argumentou que Bolsonaro não tem “absolutamente nada a ver com o plano Punhal Verde e Amarelo e com o 8 de Janeiro”.

Advogados realizaram sustentações orais na Primeira Turma do STF nos dois primeiros dias do julgamento sobre a trama golpista
Advogados realizaram sustentações orais na Primeira Turma do STF nos dois primeiros dias do julgamento sobre a trama golpista

O advogado do general Paulo Sérgio Nogueira argumenta que, em julho de 2022, o então ministro da Defesa estava no cargo havia pouco tempo. Por isso, ele enfrentava dificuldades “naturais” de se impor, o que afastaria a possibilidade de ter participado de um plano para romper com a democracia.

Matheus Milanez, defensor do general Augusto Heleno, negou que seu cliente tivesse conhecimento da chamada Abin paralela – o aparelhamento do órgão para espionar autoridades de forma ilegal.

O advogado não disse que o esquema não existiu. Argumentou, entretanto, que a Abin não era subordinada, mas apenas vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão que era chefiado por Heleno.

José Luís de Oliveira Lima, contratado pelo general Walter Braga Netto, disse que não há prova nenhuma contra seu cliente. Ressaltou, ainda, que o militar não participou de qualquer ato para planejar a ruptura do Estado Democrático de Direito.

Encerradas as sustentações orais, fica o questionamento: se não foram os réus, quem, então, tramou um golpe?

 

 

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