Oposição pedirá impeachment de Gonet e habeas corpus para Bolsonaro após denuncia de Tagliaferro
BRASÍLIA – Senadores da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva irão pedir o impeachment do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pedir habeas corpus ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado após denúncias apresentadas por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Foram definidos nesta quarta-feira, 3, encaminhamentos sobre o que fazer a partir das denúncias.
Além do habeas corpus e dos pedidos de impeachment, a oposição no Senado Federal quer fazer peticionamento na ação penal de tentativa de golpe, julgada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por meio da Comissão de Segurança Pública da Casa, o grupo também tomou outras decisões. O colegiado irá oficiar:
- o governo dos Estados Unidos, da Itália e da Argentina com envio de relatório com as denúncias feitas por Tagliaferro;
- a Embaixada da Itália no Brasil, pedindo apoio para a proteção de Tagliaferro na Itália, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pedindo proteção para a família do ex-assessor;
- a advocacia do Senado pedindo orientações sobre a disponibilização dos documentos recebidos para os advogados dos réus acusados de participação no 8 de Janeiro;
- a Polícia Legislativa, solicitando exame pericial das provas recebidas em audiência;
- e o TSE, a PGR, o STF, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a Ordem dos Avogados do Brasil (STF), além dos ministros do Supremo com envio de relatório e documentos comprobatórias das denúncias recebidas na audiência.
Em audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, Tagliaferro acusou Moraes e adulterar relatório técnico para justificar uma operação da Polícia Federal contra empresários, em agosto de 2022.
O colegiado é presidido por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, e a sessão ocorreu no mesmo dia em que iniciou o julgamento de Bolsonaro e outros sete no STF.
O ex-assessor também divulgou à comissão do Senado conversas que tinha com Gonet enquanto chefiava a Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE durante as eleições de 2022.
Segundo ele, Moraes combinava com Gonet quais seriam as denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).