Oposição pressiona Rueda a enquadrar Alcolumbre para garantir anistia a Bolsonaro
A oposição pressiona o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, a enquadrar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), seu correligionário, para convencê-lo a concordar com uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro. A estratégia, contudo, esbarra na independência de Alcolumbre em relação ao comando do partido: mesmo com a decisão da federação PP-União de desembarcar do governo Lula, por exemplo, o senador devem manter suas indicações na Esplanada.
De acordo com lideranças do PL, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve se reunir nesta quarta-feira, 3, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do PP, Ciro Nogueira, para tratar da anistia. Tarcísio, contudo, não deve procurar Alcolumbre. A tarefa caberá a Rueda.
Como mostrou a Coluna, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apostam na “confusão” para barrar o avanço da anistia no Congresso e se animaram com declarações de Alcolumbre, que resgatou uma ideia adormecida de propor penas menores para os participantes dos ataques de 8 de janeiro de 2023 que não financiaram nem planejaram a intentona. Alcolumbre, inclusive, almoçou com Lula no Palácio da Alvorada.
Como também mostrou a Coluna, as duas semanas de julgamento do núcleo central da trama golpista no STF serão marcadas por acenos retóricos dos principais expoentes da direita a Bolsonaro. Na prática, contudo, apesar do aumento da pressão pela anistia, o projeto não deve avançar nesse período.
O motivo do compasso de espera é que o Centrão não pretende entregar a Bolsonaro a anistia “de mão beijada”, sem a garantia de que o ex-presidente escolherá Tarcísio como seu sucessor na corrida pelo Palácio do Planalto.
