6 de setembro de 2025
Politica

Aliados de Sabino usam COP para convencer União a aceitá-lo no governo Lula sem sair do partido

Aliados do ministro do Turismo, Celso Sabino, montaram uma estratégia para convencer a cúpula do União Brasil a aceitar sua permanência no governo Lula – pelo menos por mais alguns meses – mesmo após o ultimato dado pelo presidente do partido, Antonio Rueda, para que todos os filiados abandonem a Esplanada. A ideia é mostrar a Rueda que não faz sentido abrir mão da pasta a dois meses da COP-30 e entregar “de bandeja” para outra sigla o legado da conferência climática e a projeção que ela carrega.

Sabino, de acordo com interlocutores, não pretende se desfiliar do União porque é uma das principais lideranças da legenda no Pará. Apesar de o Palácio do Planalto considerar provável uma migração do ministro para o MDB, até o momento nenhum convite foi feito. O objetivo, portanto, é empurrar para o ano que vem a saída do governo, o mais próximo possível de abril, que é o prazo de descompatibilização para quem vai disputar as eleições.

O ministro do Turismo é cotado para concorrer ao Senado no Pará e tem garantia de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua candidatura. Por isso, não pode romper com o petista. Cientes desse cenário, seus aliados têm feito um levantamento de dados positivos do turismo e agido para resolver as polêmicas da COP, como os preços de hospedagem considerados exorbitantes, para que os resultados esperados da conferência possam ser usados como argumento para que o União Brasil dê o aval para ele permanecer na Esplanada.

A federação União-PP anunciou nesta terça-feira, 2, o desembarque do governo Lula, como um aceno ao ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da trama golpista teve início no mesmo dia. Rueda e Ciro Nogueira, presidente do PP, ordenaram que todos os filiados deixem seus cargos no Executivo. Apesar de se falar em prazo de 30 dias, contudo, integrantes das siglas dizem que essa orientação não ficou clara.

A ordem afeta, além de Sabino, o ministro do Esporte, André Fufuca, filiado ao PP. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), contudo, manteria suas indicações: os ministros das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, e da Integração, Waldez Góes, além do comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O presidente da Caixa, Carlos Vieira, apadrinhado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) também não seria afetado.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República; Celso Sabino, ministro do Turismo; e Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República; Celso Sabino, ministro do Turismo; e Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social

 

 

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