Tarcísio articula anistia agora para evitar desgaste com STF e pauta do indulto na campanha de 2026
Aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dizem que ele mergulhou na articulação pela anistia agora – mesmo já tendo prometido indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro – porque, se o Congresso aprovar o projeto neste ano, o assunto esfriará em 2026 e ele poderá evitar o desgaste de defender a pauta em plena campanha eleitoral, o que geraria um embate direto com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na avaliação de lideranças do centro-direita, até setores econômicos que têm Tarcísio como candidato favorito ao Palácio do Planalto podem passar a pressionar nos bastidores pela anistia se isso significar livrar o governador desse “teto de vidro” no ano que vem.
Nos cálculos mais otimistas do Centrão, a Câmara aprova a urgência da matéria após o STF terminar o julgamento de Bolsonaro e dos outros sete reús no caso da trama golpista – com a esperada condenação – e, em contrapartida, o ex-presidente confirma Tarcísio como seu sucessor na corrida pela Presidência da República.
Com esse objetivo em mente, Tarcísio encampou uma série de negociações em Brasília neste semana, incluindo uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na residência oficial da Casa nesta quarta-feira, 3.
A direita sabe, contudo, que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), é o maior empecilho neste momento para a aprovação da proposta de anistia. Diante desse cenário, tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto a oposição decidiram fechar o cerco em torno do senador amapaense, cada um a sua maneira.
O petista chamou o parlamentar para um almoço ontem no Palácio da Alvorada. Já a oposição passou a pressionar o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, a enquadrar Alcolumbre, seu correligionário, e convencê-lo a apoiar uma anistia ampla, que beneficie até Bolsonaro.
