Malafaia, Michelle e Tarcísio dão último grito do Ipiranga na Paulista, mas STF não vai ouvir
A Avenida Paulista voltou a ficar de verde amarelo. No 7 de Setembro, os bolsonaristas tiraram o figurino de 2018 e 2022 do armário para dar o último grito do Ipiranga. E no lugar do “Independência ou morte” as palavras de ordem foram “anistia já“ e “fora Moraes”.
O principal interessado não pode ir. O ex-presidente Jair Bolsonaro está detido em prisão domiciliar em Brasília. No lugar dele, foi sua mulher, a ex-primeira-dama Michelle, que pregou entre lágrimas. Ela e o pastor Silas Malafaia assumiram o posto de dar à manifestação política também um ar de culto religioso.

O ato bolsonarista ainda expressou um patriotismo que também veste as cores da bandeira dos Estados Unidos. Não por acaso, no momento em que o hino brasileiro era cantado na Paulista e entoava-se o verso “a imagem do Cruzeiro resplandece”, o canal do pastor Malafaia exibia nas redes sociais uma gigante bandeira dos EUA que pareceu ser a maior levada em todo protesto.

No dia da pátria, os bolsonaristas continuam acreditando que a taxação imposta por Donald Trump a todo o País é culpa de Moraes e de Lula. A explicação deve estar mais no campo das crenças do que das razões.
O coro na Paulista serve para ajudar no Congresso os aliados do ex-presidente que caminham na direção de aprovar anistia. A articulação, na última semana, foi capitaneada pelo pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que do carro de som na avenida, voltou a endossar o movimento. Também reverberou no protesto o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Pelo afastamento do magistrado já tem lista de apoio sendo recolhida no Legislativo.
O destino desses gritos deste 7 de Setembro também deveria ser o Supremo Tribunal Federal. A corte retoma na terça-feira, 9, o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe. Mas os ministros da Primeira Turma não vão ouvir os clamores do ato público. As provas do processo falam mais alto. Ao final desta semana, o ex-presidente poderá adicionar outro adjetivo além do inelegível ao lado de seu nome: condenado.