Plateia no desfile de 7 de setembro em Brasilia canta ‘sem anistia’ diante de presidente da Câmara
A plateia nas arquibancadas do desfile da Independência em Brasília entoou o grito de “sem anistia” minutos após a chegada do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tribuna de honra montada na Esplanada dos Ministérios.

Com o desenrolar do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Motta sofre pressão de bolsonaristas para pautar a urgência da anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O presidente da Câmara já declarou que o número de líderes favoráveis à deliberação do tema aumentou nos últimos dias.
Motta chegou no evento por volta das 8h20. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vai passar o feriado de 7 de Setembro no Amapá.
Outra autoridade que chegou cedo para acompanhar o desfile foi o vice-presidente Geraldo Alckmin, acompanhado de outros ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
O presidente Lula chegou minutos antes do início oficial do desfile.
Reação do Planalto
Gleisi terá uma reunião com ministros nesta segunda-feira, 8, para articular a reação do Executivo ao projeto de lei que perdoa os condenados pelos atos golpistas. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast Político, a intenção é traçar planos para barrar a aprovação da urgência da proposta.
A reunião vai ocorrer no gabinete da ministra no Palácio do Planalto. Gleisi deve pedir aos ministros que convençam parlamentares das siglas deles a votarem contra a urgência da proposta. Um dos textos, que garante o perdão desde 2019, anistiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tornaria elegível para as eleições do ano que vem.
Em entrevista à GloboNews na sexta-feira, 5, Gleisi afirmou que o governo está focado em tentar derrubar a urgência. Caso aprovada, a anistia estará pronta para ser votada no plenário. Deputados aliados de Bolsonaro estimam que o texto teria ao menos 300 votos favoráveis entre os 581 deputados.