10 de setembro de 2025
Politica

Gleisi cobra que ministros do Centrão retomem mandatos para votar a favor do governo se necessário

O governo Lula quer uma força-tarefa da Esplanada para blindar a agenda governista no Congresso. Para que a ofensiva funcione, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, cobrou nesta segunda-feira, 8, até mesmo que colegas retomem de forma temporária os mandatos na Câmara e no Senado para votar a favor de projetos do Palácio do Planalto, se necessário.

A cobrança é direcionada aos ministros do Centrão, principalmente de PP e União Brasil, que resistem a deixar o governo mesmo após o ultimato das cúpulas de seus partidos, que romperam com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula não demitirá ninguém, mas quer empenho pessoal desses auxiliares em defesa da pauta governista.

André Fufuca (Esporte), do PP, Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), do Republicanos, por exemplo, são deputados. Os ministros da Pesca, André de Paula, do PSD, e Jader Filho, de Cidades, do MDB, também têm vaga na Câmara. No MDB, Renan Filho, de Transportes, e Simone Tebet, do Planejamento, são senadores.

Participantes da reunião entre Gleisi e colegas da Esplanada relataram à Coluna do Estadão que há um temor no Planalto de que propostas do governo sejam derrotadas por poucos votos, em meio ao ambiente político conflagrado com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e a pressão pela anistia.

Um integrante do Planalto ressaltou que, em votação recente da PEC dos precatórios, o governo conseguiu derrubar um destaque do PL por apenas um voto. Nesse caso, a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, do PSD, fez diferença. Por isso, a atenção será redobrada em matérias como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, PEC da Segurança e as MPs do Gás do Povo e da redução da conta de luz.

Diante desse cenário, se não conseguirem virar votos em suas bancadas, os ministros terão de ir pessoalmente ao Legislativo votar. A cobrança ocorre uma semana após o PP e o União Brasil anunciarem o desembarque do governo. Apesar do ultimato, os ministros ligados a esses partidos resistem a abandonar os cargos. Como mostrou a Coluna, também há pressão para o Republicanos proíba filiados de integrarem o governo Lula.

Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais
Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais

 

 

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