Moraes dá pistas de condenação de general do núcleo 2 da trama golpista
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizou nesta terça-feira, 9, que pedirá a condenação do general da reserva Mário Fernandes, réu do núcleo 2 da ação da trama golpista e cujo julgamento ainda não foi marcado. Fernandes assumiu autoria do plano Punhal Verde e Amarelo, que segundo a denúncia previa sequestrar ou matar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes.
“O general Mário Ferndandes imprime em 9 de novembro de 2022 o documento Punhal Verde e Amarelo no Palácio do Planalto e, na mesma data, se dirige ao Palácio da Alvorada para conversar com Bolsonaro. A Polícia Federal (PF) juntou registros de entrada e saída. Não é crível que Fernandes ficou 1 hora e 6 minutos no Alvarada e fez barquinho de papel com a impressão do Punhal Verde e Amarelo. Isso é ridicularizar a inteligência do tribunal”, afirmou Moraes.
O ministro acrescentou que Fernandes integrava uma organização criminosa liderada por Bolsonaro: “Em 9 de novembro de 2022, a organização criminosa imprimia o plano Punhal Verde e Amarelo. A unidade de desígnios, a divisão de tarfas da organização criminosa hierarquizada pela liderança de Jair Bolsonaro resta fortemente comprovada nos autos”.

Moraes lê voto sobre ‘núcleo crucial’ da trama golpista
Nesta terça-feira, 9, Moraes começou a ler seu voto sobre o “núcleo crucial” da ação da trama golpista, que inclui Bolsonaro e outros sete réus. “O Brasil quase volta a uma ditadura porque uma organização criminosa não sabe perder eleições”, disse o magistrado.
General assumiu autoria de ‘Plano Punhal Verde e Amarelo’
Em depoimento ao Supremo em julho, o general Mário Fernandes disse que o “Plano Punhal Verde e Amarelo”, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e PF como plano para assassinar autoridades, era um “pensamento digitalizado” e não foi compartilhado com ninguém.
“Esse arquivo digital, que retrata um pensamento meu que foi digitalizado, é um estudo de situação. Uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém”, afirmou o general, que foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência na gestão Bolsonaro.
Ainda de acordo com a acusação, Fernandes imprimiu no Planalto um documento que previa a criação de um “Gabinete de Crise”, que seria criado após um golpe de Estado no País.
Em documento enviado ao STF após o depoimento, a defesa do general disse que Fernandes “não confessou plano de matar ninguém” e tampouco compartilhou o documento “Punhal Verde e Amarelo” com outros acusados.