Crônica da condenação anunciada de Bolsonaro chega ao fim e só falta definir o tempo da prisão
O destino bateu de vez na porta do capitão. Nesta quinta-feira, 11, detido em casa, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pela maioria dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.
O político inelegível agora também é condenado. Entre os primeiros rabiscos desenhando uma bomba para explodir lá nos idos de década de 1980, ato que sempre negou, até o 2025 o ex-capitão do Exército foi ladeira acima até o Planalto do Planalto.
A jornada política foi longa. Por décadas permaneceu como pária no Congresso nos tempos como deputado. Na Câmara, pouca gente o levava a sério. Tijolo por tijolo foi construindo sua persona política. Discurso extremista, virulento estava fora de moda nos 1990 e início de 2000.

Mas os ventos sopraram para a direita e Bolsonaro foi aos poucos ganhando adeptos até ganhar o título de mito e ganhar a disputa presidencial em 2018 na trilha da destruição da imagem do PT, partido enredado por denúncias de corrupção que se mantivera no poder por quatro seguidas eleições.
No posto de presidente não cabia na cadeira que parecia maior do que si. Veio a pandemia em 2020 e o chefe do País fez troça dos mortos. Quando se deu conta do malfeito já era tarde, carregou para a próxima eleição a pecha de quem não soube administrar uma crise que também foi mundial.
Com Lula reposto no páreo pelo Judiciário e com chances de lhe tirar o trono, Bolsonaro voltou aos rabiscos. No lugar da bomba, a minuta do golpe. Cercado por militares com saudades de 1964, a ideia golpista tomou conta da cúpula de um governo que caminhava para a sepultura.
Seu braço-direito, o coronel Mauro Cid foi preso. Dele vieram as provas iniciais para por o ex-presidente no banco dos réus. Hoje, sai dele para o rol dos condenados.
Nesta sexta-feira, 12, o STF fará as contas. A Primeira Turma definirá o tamanho das penas e ficaremos sabendo se serão mais ou menos de 30 anos de prisão.