STF manda Bolsonaro para rol dos condenados, mas ex-presidente segue como fardo para a direita
Em algum momento na história, o cavalo do destino passou encilhado na frente do ex-capitão Jair Bolsonaro. Ele subiu e se impôs como o candidato anti-PT. A parcela do País que não queria mais ver o partido de Lula no poder bateu palmas e elegeu presidente o deputado do baixo clero.
Como ninguém antes fizera, Bolsonaro ensinou a direita e também a esquerda a manejar o mundo virtual. Virou o mito que praguejava contra os opositores num nível abaixo do meio-fio.

Quem tentou posar de conciliador ficou para trás. Uma boa parcela dos eleitores pareceu, e ainda parece até hoje, querer isso mesmo: alguém que diz que come pastel e leite condensado, ridiculariza com minorias e ao mesmo tempo ameaça as instituições democráticas.
Deu certo por um mandato apenas. Em 2022, uma parcela dos eleitores se arrependeu do voto. E topou embarcar na volta de Lula à presidência da República junto com outro grupo que sempre apoiou o petista.
Derrotado nas urnas, o ex-militar planejou um golpe mas a tropa não foi atrás dele. Fora do cargo, deixou o rastro de provas que a Polícia Federal recolheu no pós 8 de Janeiro e chegamos ao 11 de setembro de 2025 com Bolsonaro recebendo a maior pena já imposta a um ex-presidente da República.
Os 27 anos e três meses de prisão vão ecoar no campo da direita. O alerta pode ser ouvido como sinal de que é hora de reajustar a condução das coisas ou apenas reforçar a vontade de continuar carregando o fardo de Bolsonaro.
Se a segunda opção prevalecer, teremos dias de projetos de anistia e, na eventualidade de um candidato da direita se eleger, um prometido indulto presidencial poderá ser manejado para livrar Bolsonaro da pena.
Ainda que tenha incluído o ex-presidente no rol dos condenados, a decisão da Primeira Turma do STF não tem o efeito de banir Bolsonaro da política.