Quem são os 8 acusados de ataques bilionários contra bancos? Veja lista
A Polícia Federal (PF) prendeu nessa sexta-feira, 12, oito suspeitos de ataques hackers contra instituições financeiras. Neste domingo, 15, a Justiça de São Paulo decidiu manter presas oito pessoas que, segundo as investigações, integram uma quadrilha especializada em golpes cibernéticos e fraudes bancárias. As defesas negam as imputações.
Segundo as diligências, a organização criminosa, que já se apossou de quase R$ 1,2 bilhão a partir das invasões, pretendia atacar a Caixa Econômica Federal, o que afetaria recursos para programas do governo federal e outros créditos do orçamento público, mas a ação foi barrada.

O grupo detido nessa sexta, que segue em prisão preventiva, nega as acusações. Antes da prisão dos oito suspeitos, a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (Deleciber) da PF já havia detido quatro pessoas por suspeita de participação nos ataques.
Desde 30 de junho, a organização criminosa agiu em duas ocasiões. As invasões atingiram contas de liquidação interbancária, as contas PI, em que são depositados valores de reserva para a intermediação de pagamentos entre instituições financeiras.
O primeiro ataque foi contra a C&M, prestadora de serviços credenciada pelo Banco Central. O maior prejuízo foi o do Banco BMP, que sofreu perda de R$ 479 milhões. O segundo ataque ocorreu contra a Sinqia, outra credenciada pelo BC. Foram desviados R$ 710 milhões, dos quais R$ 583 milhões foram bloqueados pelo Banco Central. O maior prejudicado, nessa vez, foi o Banco HSBC.
A quadrilha teria cooptado pelo menos um funcionário da Caixa, que lhe permitiu o acesso ao sistema do banco. Nesta sexta, a PF foi avisada por um gerente da Caixa de que um grupo de pessoas obteria credenciais para acesso externo ao sistema do banco em uma agência no Brás, na região central de São Paulo.
Fernando Vieira da Silva
Fernando Vieira da Silva é acusado de ter levado, de carro, o notebook da Caixa da agência do Brás até outro veículo. De acordo com as diligências, Fernando estava em um Toyota Corolla Cross vermelho e levou o computador com o sistema da Caixa até um Chevrolet Spin preto.
Em depoimento, Fernando afirmou que foi trazido à empreitada sem saber do que se tratava, desconhecendo o suposto ataque à Caixa. O Estadão busca contato com a defesa de Fernando Vieira da Silva.
Guilherme Marques Peixoto
Segundo a Polícia Federal, Guilherme Marques Peixoto, assim como Fernando da Silva, levou, de carro, o notebook da Caixa até outro veículo. Ele estava com Fernando no Toyota Corolla Cross vermelho.
Em depoimento, Peixoto foi o único dos oito detidos nesta sexta que se manteve em silêncio. O Estadão busca contato com a defesa de Guilherme Marques Peixoto.
Rafael Alves Loia
A Spin preta foi seguida pelos investigadores até uma casa em Cidade Patriarca, na zona leste de São Paulo. Seis pessoas estavam na residência, entre as quais Rafael Alves Loia.
Segundo a PF, os acusados estavam reunidos para começar o ataque. Em conversas obtidas pela investigação, um hacker que usava o codinome “BA” afirmou estar a caminho de São Paulo naquela sexta-feira. O hacker BA disser ainda atuar há tempos com um integrante da quadrilha chamado RBS, também chamado de “Rafa”, que seria, segundo as investigações, Rafael Alves Loia.
Em depoimento, Rafael Loia disse não saber mexer com computador. A defesa de Loia argumenta que ele não tem antecedentes criminais, possui emprego formal em uma cozinha industrial e que as provas da PF são “genéricas”.
Nicollas Gabriel Pytlak
Nicollas também estava na casa em Cidade Patriarca. Segundo as conversas obtidas pela investigação, o hacker BA, que se referia a Rafael Loia como RBS ou “Rafa”, chamava Nicollas pelo codinome “Liderança”. Em depoimento, Pytlak disse que estava passeando em São Paulo quando foi preso. O Estadão busca contato com a defesa de Nicollas Pytlak.

José Elvis dos Santos
José Elvis foi um dos localizados na casa em Cidade Patriarca. Em depoimento, disse desconhecer o suposto ataque à Caixa, e afirmou que foi envolvido no caso sem saber do que se tratava. A defesa dele é a mesma que representa Rafael Loia e afirma que as provas contra o suspeito são “genéricas” e que José, que declara ser motorista, não tem antecedentes criminais.
Klaiton Leandro Matos de Paulo
Klaiton foi um dos localizados na casa em Cidade Patriarca. Em depoimento, afirmou desconhecer o suposto ataque à Caixa e que foi trazido ao caso sem saber do que se tratava. O Estadão busca contato com a defesa de Klaiton Leandro Matos de Paulo.
Maicon de Souza Ribeiro Rocha
Maicon também foi detido na casa na zona leste de São Paulo. Em depoimento, disse que foi inserido no caso sem saber do que se tratava, além de não conhecer o suposto ataque à Caixa. O Estadão busca contato com a defesa de Maicon de Souza Ribeiro Rocha.
Marcos Vinícius dos Santos
Marcos foi um dos seis detidos na casa em Cidade Patriarca. Em depoimento, disse não conhecer o suposto ataque à Caixa, e que foi trazido ao caso sem saber do que se tratava. O Estadão busca contato com a defesa de Marcos Vinícius dos Santos.