‘Careca do INSS’, que furou com CPI do INSS, é alvo de 3 pedidos de convocação por sessão
O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, já foi alvo, em média, de três pedidos de convocação por sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na última segunda-feira, 15, o empresário, que está preso, desistiu de última hora de prestar depoimento.
Nas sete reuniões da CPI do INSS feitas até agora, o empresário apontado pela Polícia Federal (PF) como figura central na fraude bilionária do INSS foi alvo de 23 pedidos de convocação. Desse total, 13 foram aprovados e dez ainda não foram votados pelos parlamentares.
“A convocação do ‘Careca do INSS’ é medida inarredável e de urgência manifesta para o avanço dos trabalhos da CPI. As investigações posicionam o convocado como o epicentro operacional de um esquema criminoso”, afirmou o senador Izalci Lucas (PL-DF), que protocolou o pedido ainda em 18 de agosto, dois dias antes da primeira reunião do colegiado.
Na semana passada, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), desobrigou o empresário de falar à CPI do INSS. Em um primeiro momento, a defesa de Antônio Antunes havia dito à CPI que ele compareceria e responderia aos questionamentos. Mas, na segunda-feira, recuou e a reunião foi cancelada.

Empresário foi preso pela PF
A PF prendeu o Careca do INSS na última sexta-feira, 12. Para embasar o pedido à Justiça, a corporação citou o risco de fuga aos Estados Unidos e ameaças de morte a uma testemunha do caso, que procurou a PF.
“Evidenciou-se que Antônio possui grande capacidade intimidatória, tendo em vista sua rede de contatos, sua influência política, sua capacidade financeira, seu modo destemido de agir, acreditando piamente na impunidade, sua proximidade com os demais investigados e testemunhas”, afirmou a polícia.
PF apura vazamento de operação contra Careca do INSS
Como mostrou a Coluna do Estadão, a PF investiga se houve vazamento ilegal da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril para apurar uma fraude de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos do INSS.
Após a operação, houve indícios de vazamento de informações sigilosas para investigados. A Justiça Federal encontrou apenas R$ 24,8 mil nas contas da empresa Prospect Consultoria, do Careca do INSS. Segundo a PF, o lobista enviou R$ 9 milhões a pessoas ligadas a dirigentes do INSS.