Lula diz a aliados que é a favor de ‘anistia light’ com redução de penas para condenados do 8/1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a aliados nos últimos dias que é favorável a um acordo com o Centrão para reduzir as penas dos condenados do 8/1, sem que a medida afete o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo apurou a Coluna do Estadão. A portas fechadas, o petista argumenta que ficou 580 dias preso e sabe como é difícil passar por essa situação. A opinião de Lula diverge da posição oficial do PT e de ministros do governo, que não admitem em público nenhum tipo de alívio para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
O aval de Lula nos bastidores abre caminho para governistas defenderam em negociações internas no Congresso um meio-termo para a anistia. O Centrão passou a articular nesta semana a derrubada em plenário do requerimento de urgência para o texto que concede perdão “amplo, geral e irrestrito”, em troca da aprovação da PEC da Blindagem, que passou na Câmara e dificulta a abertura de investigações contra parlamentares.
A derrubada do requerimento, com anuência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e dos principais partidos de centro-direita poderia impulsionar uma proposta de redução de penas somente para quem invadiu os prédios dos três Poderes, mas sem alcançar Bolsonaro e outros condenados por planejar o golpe. Um projeto nesse sentido tem apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
As negociações entre PT e Centrão para uma anistia “light”, contudo, podem acabar desgastando Lula, na avaliação de parte da base aliada. Como mostrou a Coluna, governistas ficaram incomodados com a digital petista na manobra do Centrão que ressuscitou o voto secreto para autorizar abertura de processo criminal contra parlamentares.
