19 de setembro de 2025
Politica

Paulinho da Força quer ajuda de Temer para texto do PL da anistia e avalia procurar STF

Escolhido relator do projeto de lei da anistia para beneficiar condenados do 8 de janeiro, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) quer ajuda do ex-presidente Michel Temer na elaboração do texto. “Falarei com ele. Temer é um jurista dos mais conhecidos do Brasil e pode me dar uma contribuição grande”, afirmou à Coluna do Estadão.

Paulinho da Força também vai procurar governadores e personalidades neste fim de semana para tentar construir um relatório com apoio amplo. Ele disse, ainda, que irá falar com as bancadas de todos os partidos, antes de fechar a proposta que irá a voto.

Nos bastidores, um dos motivos para a indicação de Paulinho para a relatoria do PL da anistia é o fato de ele ter bom diálogo com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o parlamentar ainda avalia se irá procurá-los e estabeleceu um critério para tomar essa decisão: “Se houver algum ruído, eu procuro. A princípio não é necessário. Tenho boa relação lá e acredito que eles (os magistrados) confiam que farei um relatório equilibrado que possa pacificar o país”.

O relator afirma que não incluirá nenhuma medida direcionada exclusivamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). “Não pretendo fazer texto personalizado. Tem que fazer um texto que possa atender todos. Se não conseguir agradar a todos, pelo menos que consiga agradar a maioria. Não dá para individualizar, tem que ser uma coisa genérica”, concluiu.

Deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), escolhido relator do PL da Anistia na Câmara
Deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), escolhido relator do PL da Anistia na Câmara

Como mostrou o Estadão nesta quarta-feira, 17, o nome de Paulinho já era dado como certo para assumir a relatoria da anistia. Ao lado de Motta, Paulinho da Força tem sido um dos interlocutores de ministros do Supremo Tribunal Federal.

Magistrados da Corte já avisaram que não aceitarão a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, nem aos demais envolvidos na trama que atentou contra a democracia. Se o Congresso der sinal verde para uma proposta de perdão nesses termos, o STF barrará o seu avanço, sob o argumento de que é inconstitucional.

Os sinais trocados do relator da anistia: ‘Vagabundos do PT’ e ‘Bolsonaro destruiu o Brasil’

Paulinho da Força tem uma carreira política com ataques tanto ao governo quanto à oposição. Já cantou música no plenário da Câmara sobre “vagabundos do PT” e disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “destruiu o Brasil”.

Ao votar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016, o deputado deputado entoou o seguinte verso por quatro vezes: “Dilma, vai embora que o Brasil não quer você, e leva o Lula junto e os vagabundos do PT”, cantou Paulinho, em uma paródia da canção “Pra não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré, que foi um símbolo de resistência à ditadura militar.

Já em 2022, Paulinho da Força atacou o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e selou a aliança de seu partido, o Solidariedade, à eleição de Lula.

“O Bolsonaro destruiu o Brasil. Nós precisamos juntar forças pra gente fazer um novo Brasil. Por isso, Lula, a nossa confiança que você vai reconstruir o Brasil”, disse na ocasião.

 

 

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