Temer vira fiador da anistia e aconselha Hugo Motta a procurar STF
O ex-presidente Michel Temer virou o fiador do projeto da anistia no Congresso, com uma série de conselhos políticos aos principais envolvidos nas negociações. O emedebista conversou, por exemplo, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e o aconselhou a procurar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo Lula para fazer um grande pacto nacional para pacificar o País em torno da eventual redução de penas de condenados por atos golpistas.
O diálogo entre Temer e Motta foi confirmado à Coluna do Estadão pelo deputado. “O presidente Temer é sempre um grande conselheiro que tem espírito público e compromisso com a pacificação do Brasil”, disse o presidente da Câmara.
Como mostrou a Coluna, o relator da anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), também pediu ajuda de Temer para a elaboração do texto. “Temer é um jurista dos mais conhecidos do Brasil e pode me dar uma contribuição grande”, afirmou. Paulinho foi escolhido para negociar a proposta da anistia pelo trânsito que o deputado tem no Centrão e também no STF, especialmente com o relator da ação penal da trama golpista, Alexandre de Moraes.
O deputado do Solidariedade também vai procurar governadores e personalidades neste fim de semana para tentar construir um relatório com apoio amplo. Ele disse, ainda, que irá falar com as bancadas de todos os partidos, antes de fechar a proposta que irá a voto.
A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 17, o requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto de lei da anistia, após semanas de pressão de bolsonaristas, mas ainda não há texto definido. O PL, partido de Jair Bolsonaro, quer encontrar um jeito de beneficiar na proposta o ex-presidente, condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe.
Como revelou a Coluna, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou disposto a chancelar um acordo pela redução de penas a quem invadiu os prédios dos três Poderes no 8/1 mas não planejou o golpe. No entanto, o petista rejeita a ideia de Bolsonaro ser contemplado.
