Para 59% dos evangélicos, Jair Bolsonaro deveria concorrer em 2026 mesmo condenado
Mesmo condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro mantém o apoio da maioria do eleitorado evangélico para disputar eleição em 2026. Pesquisa Genial/Quaest obtida com exclusividade pela Coluna do Estadão mostra que 59% dos evangélicos avaliam que a população sempre deve poder escolher no voto. Outros 37% consideram que condenados não devem participar de eleições e 4% não souberam ou não responderam.
A constatação do levamento mostra o tamanho da dificuldade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conseguir votos na disputa pelo Palácio do Planalto. Os evangélicos correspondem hoje a 26,9% (quase um terço) da população brasileira, de acordo com o último Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas últimas eleições, esse grupo optou de forma majoritária por candidatos anti-PT.
Na população como um todo, de acordo com a pesquisa da Genial/Quaest, 51% consideram que Bolsonaro não deveria concorrer, por causa da condenação no STF, e 46% defendem que o ex-presidente esteja na urna para que os eleitores decidam no voto, apesar da sentença judicial por tentativa de golpe de Estado. Outros 3% não souberam ou não responderam.
A única região do País em que os defensores da candidatura de Bolsonaro são maioria é o Centro-Oeste, onde 52% tem essa posição contra 45% que rejeitam condenados na disputa eleitoral.
Como mostrou a Coluna em agosto, Lula confidenciou a aliados que ele desistiu de vez de conquistar o apoio dos evangélicos, embora integrantes do governo e do PT sigam tentando fazer essa ponte. A postura do petista preocupa o Planalto porque tem aumentado a rejeição ao governo nesse segmento da população, mais identificado com o bolsonarismo. E a tendência é que o voto religioso tenha peso considerável nas eleições de 2026.