Aula inaugural marca novo ciclo das Escolas Criativas Boca de Brasa; saiba como foi
Texto: Luiz Otávio Freire | Supervisão: Thaís Seixas
Foto: Bruno Concha | Secom PMS
Geral desceu para o Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360° neste sábado (20), para a aula inaugural das Escolas Criativas Boca de Brasa, que marcou o início de mais um ciclo do programa da Fundação Gregório de Mattos (FGM). Os alunos selecionados para os seis pólos tiveram a tarde preenchida por performances artísticas, falas inspiradoras e uma visão de como serão os próximos cinco meses de formação. Neste ano, foram selecionados 600 participantes, entre os mais de 1.400 inscritos, que terão acesso gratuito a 78 horas de aulas. O evento contou com a presença de personalidades da cena cultural baiana, gestores municipais, além de palestras com artistas e convidados que compartilharam suas experiências e trajetórias com os novos participantes.
Os trabalhos começaram com a apresentação artística do grupo Filhas do Som, no momento de recepcionar os alunos do Ciclo 2025 das Escolas Criativas Boca de Brasa. Entre eles, estavam Bianca e Genoci, mãe e filha que integram o pólo da Cidade Baixa e se conectam pela dança. “Eu sempre quis deixar meu corpo em movimento. Já faço teatro e quero encontrar na dança essa outra vertente. Essa é a oportunidade que o Boca de Brasa dá para a gente se redescobrir também como mãe e filha”.

Para Cal Bonfim e Telma Souza, educadores de teatro do pólo Liberdade/São Caetano, participar das Escolas Criativas Boca de Brasa significa devolver à comunidade periférica o que um dia lhes foi oferecido: “Para mim, é um lugar de ser continuidade, de contribuir para a formação e para o crescimento das artes, da cultura da minha própria cidade. Eu me vejo também nesse lugar de aprender, de construir junto, de trabalhar colaborativamente”, relata Telma.

Com o auditório cheio, Vitor Adell e Nega Fyah, artistas que passaram pelas escolas e foram acelerados pelo Boca de Brasa, cumpriram o papel de mestres de cerimônia do evento. Com performance e presença, Nega Fyah encantou o público com um número poético. Em seguida, participaram da mesa de abertura o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, o diretor de Cidadania Cultural da Secult, Chicco Assis, os representantes do Instituto Ceafro, Nazaré Lima, da Associação Pontos DIversos, Carolina Barreto, e da prefeitura-bairro do Centro-Brotas, Alan Muniz, além do ex-participante do Boca de Brasa, Marcos Vinícius.
“A gente sempre recomeça o Boca de Brasa aprendendo. O programa tem várias etapas, e essa é uma nova etapa que estamos levando para bairros diferentes, com professores novos, ou seja, é um projeto que tem uma diversidade muito grande. É sempre bom recomeçar um projeto que já tem uma trajetória”, ressalta Fernando Guerreiro.

Já a coordenadora do Boca de Brasa, Nathália Leal, destaca o ritmo do programa e a importância das formações em diferentes locais da cidade. “A expectativa é de fortalecer os territórios a partir da formação desses agentes e artistas que vão viver as atividades intensivamente até janeiro. A gente não pode parar, precisa continuar transformando todos os territórios”.
Convidados
Como forma de inspirar a trajetória de transformação dos alunos, também marcaram presença na aula inaugural o ator Evaldo Macarrão, a atriz Valdinéia Soriano e o multiartista Caboclo de Cobre, que compartilharam experiências como artistas da periferia soteropolitana e responderam às perguntas dos participantes.
“É muito especial o que a gente está fazendo aqui. Anos atrás, não existia tudo isso. O projeto Boca de Brasa é importantíssimo. Esse é o lugar certo para formar bons profissionais, pessoas que são apaixonadas pela arte, que amam transformar, daí tudo flui”, enfatiza Valdinéia.
A programação foi encerrada com a apresentação de dança do grupo UZARTE, composto por artistas que fizeram parte de ciclos anteriores das escolas criativas.
As Escolas Criativas integram o Programa Boca de Brasa, criado pela FGM em 1986 e retomado em 2013, com o objetivo de identificar e impulsionar talentos artísticos nas periferias de Salvador. Neste ciclo, a iniciativa oferece cursos gratuitos de formação em diversas áreas, incluindo dança, teatro, música, audiovisual e produção cultural. O objetivo é capacitar e profissionalizar jovens, artistas e trabalhadores da cultura, transformando o potencial criativo em oportunidades de carreira.
