Ciro Nogueira faz gesto ao bolsonarismo raiz com nova PEC da Blindagem e mira vaga de vice em 2026
A proposta anunciada pelo pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, para salvar a PEC da Blindagem foi vista no Congresso como um aceno direto do senador ao “bolsonarismo raiz” com o objetivo de se cacifar para vaga de vice na chapa da direita à Presidência da República em 2026. Nas redes sociais, Ciro disse que a medida ficaria restrita a “crimes de opinião”. A ideia agora, segundo apurou a Coluna do Estadão, é estabelecer autorização prévia do Legislativo apenas para abertura de inquéritos contra parlamentares por causa de declarações na tribuna.
Com a PEC da Blindagem praticamente enterrada no Senado, onde o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) demonstra total alinhamento ao governo Lula, o Centrão desistiu do foco inicial da proposta, que era evitar inquéritos relacionados a desvio de recursos de emendas, e decidiu fazer um gesto ao bolsonarismo com foco nas eleições. O cenário ideal para esse grupo político é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), concorrer contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Ciro como vice na chapa.
O novo foco da PEC da Blindagem defendido por Ciro evitaria processos como os que foram abertos recentemente contra os bolsonaristas Marcel Van Hatten (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que foram acusados de terem cometido calúnia e difamação contra o delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor durante discursos feitos no plenário.
O gesto do presidente do PP ocorreu após aliados fiéis do ex-presidente Jair Bolsonaro terem acusado o Centrão de “contaminar” o avanço do projeto de lei da anistia com a PEC da Blindagem. O diagnóstico é que a impopularidade da proposta, estampada nos protestos que levaram milhares de pessoas às ruas neste domingo, 21, piorou o clima político para a defesa do perdão a Bolsonaro, aos outros condenados da ação penal da trama golpista e também do 8/1.
