25 de setembro de 2025
Politica

Motta afirma não haver ‘sentimento de traição’ após rejeição da PEC da Blindagem

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há “sentimento de traição” em relação ao Senado após a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Prerrogativas, popularmente conhecida como “PEC da Blindagem”. Ele disse ainda que respeita a posição dos senadores. As declarações foram feitas nesta quinta-feira, 25, a jornalistas na Câmara.

De acordo com Motta, porém, o Senado estava ciente das “movimentações” na Câmara em relação à proposta. Na semana passada, os deputados deram 354 votos em primeiro turno e 344 votos em segundo turno em favor da PEC.

Motta afirma não haver ‘sentimento de traição’ após rejeição da PEC da Blindagem
Motta afirma não haver ‘sentimento de traição’ após rejeição da PEC da Blindagem

“Nós temos uma boa relação com o presidente do Senado, a quem respeitamos. Sempre quando tratamos de temas polêmicos como esse, é natural que o presidente de uma Casa converse com o presidente da outra. Então, o Senado estava, sim, atento às movimentações da Câmara sobre esse tema”, declarou Motta.

O deputado prosseguiu: “O Senado se posicionou, bola para frente. A Câmara cumpriu o seu papel, aprovou a PEC. O Senado entendeu que a PEC não deveria seguir. Nós temos um sistema bicameral, cabe a nós respeitar a posição do Senado”.

O parlamentar também negou ter sido traído pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre. “Não tem sentimento de traição nenhum, até porque nós temos a condição de saber que não obrigatoriamente uma Casa tem que concordar 100% com aquilo que a outra aprova”.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou a “PEC da Blindagem” por unanimidade, o que bastou para que a proposta fosse enterrada. A votação ocorreu após os atos de domingo, 21, terem reunido milhares de brasileiros contra a matéria.

PEC da Blindagem

O texto tinha o objetivo de resgatar o recurso da licença prévia, mecanismo da Constituição derrubado em 2001, que previa o poder dos congressistas de autorizar ou barrar processos judiciais e ordens de prisão contra membros do Parlamento.

No mesmo dia em que a PEC foi rejeitada pela CCJ, Davi Alcolumbre, arquivou o projeto sem submetê-lo a nova votação no plenário do Senado.

“Do ponto de vista regimental, quando a CCJ emite um parecer aprovado de forma unânime pela inconstitucionalidade e injuridicidade de qualquer proposição, esta é, regimentalmente, considerada rejeitada e arquivada definitivamente. Portanto, não há o que se esclarecer”, declarou Alcolumbre.

Aprovada anteriormente na Câmara dos Deputados, a “PEC da Blindagem” passou a ser alvo de críticas ao chegar à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, inclusive por parte do presidente do colegiado, senador Otto Alencar, que já havia antecipado que a proposta “não passaria de jeito nenhum”.

Além da resistência no Congresso, milhares de pessoas foram às ruas no último domingo, 21, para se manifestar contra a tramitação da PEC e também contra o projeto de lei da anistia, que busca beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão, junto com outros envolvidos nos atos golpistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

 

 

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