26 de setembro de 2025
Politica

Relator de processo contra Eduardo Bolsonaro já chamou deputado de ‘amigo’ em vídeo de 2019

O deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), relator do processo que pode cassar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara, já chamou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de “amigo”.

“Estamos aqui com o nosso amigo, deputado Eduardo Bolsonaro, apenas para dar tranquilidade aos nossos colegas, nossos amigos do PSL, e dizer que, haja o que acontecer, nós estamos com o governo do presidente Jair Bolsonaro. Divergências existem, mas isso faz parte da caminhada”, disse o delegado, em vídeo publicado em 2019.

Eduardo Bolsonaro e o Delegado Marcelo Freitas em vídeo de 2019
Eduardo Bolsonaro e o Delegado Marcelo Freitas em vídeo de 2019

“Exatamente, a gente está batendo um papo, delegado e eu estamos fazendo esse vídeo para deixar bem claro que a gente continua firme e forte com aquelas mesmas convicções que tínhamos no tempo do período eleitoral”, respondeu Eduardo, no vídeo.

Em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira, 26, após ser escolhido relator do caso, Freitas afirmou que vai “trabalhar com a imparcialidade necessária”, mesmo sendo apoiador do ex-presidente. “Eventual manifestação de apoio ou não ao então presidente Jair Bolsonaro em hipótese alguma vai gerar suspeição ou impedimento do processo”, disse o parlamentar.

Freitas acrescentou que quer dar celeridade ao processo e concluí-lo, “no mais tardar”, no começo de dezembro.

No início da legislatura 2019-2023 da Câmara, Eduardo Bolsonaro e Marcelo Freitas integravam o PSL, que foi vice-líder do então partido do ex-presidente. Após o rompimento entre Bolsonaro e o PSL, ele permaneceu na legenda. Em 2022, reelegeu-se ao cargo pelo União Brasil, partido criado pela fusão entre o PSL e o Democratas, com 82.894 votos.

Eduardo Bolsonaro enfrenta na Câmara um processo de quebra de decoro parlamentar com base em representação apresentada pela bancada do PT e pode perder o mandato, dependendo da decisão do colegiado.

Ele é acusado de se dedicar nos Estados Unidos, onde está desde o fim de fevereiro, a difamar instituições do Estado brasileiro, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros.

Segundo as regras do Conselho de Ética, só parlamentares que não são do mesmo partido ou do mesmo Estado de Eduardo poderiam ser escolhidos relatores do caso. Foram previamente sorteados Duda Salabert (PDT-MG), Paulo Lemos (PSOL-AP) e Delegado Marcelo Freitas. O presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), designou Freitas.

Nas redes sociais, Marcelo Freitas tem defendido pautas como a anistia e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e feito críticas a tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil.

 

 

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