29 de setembro de 2025
Politica

Após restrição em visto, Padilha discursa remotamente na Opas e elogia Mais Médicos

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Ministro da Saúde, Alexandre Padilha FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

BRASÍLIA- O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou remotamente, nesta segunda-feira, 29, de reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que ocorreu em Washington, nos Estados Unidos. Durante sua fala, Padilha afirmou que o governo de Donald Trump impediu sua circulação e elogiou o programa Mais Médicos.

Padilha desistiu de viajar para os Estados Unidos após ter seu visto concedido com restrições. Em meio às tensões diplomáticas entre EUA e Brasil, o governo Trump autorizou que o ministro entrasse no país para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mas com circulação restrita. Assim, Padilha só poderia se deslocar do hotel para a ONU e, em caso de necessidade, para unidades de saúde. A ida do ministro para Washington, onde ocorre a reunião da Opas, não foi autorizada. Diante das restrições, o ministro não viajou.

“O governo de Washington impediu a minha circulação como Ministro da Saúde do Brasil, mas não restringirá a circulação das nossas ideias. Podem impor tarifas abusivas, mas não vão impedir nossa vocação para a cooperação entre os povos das Américas”, disse Padilha, que teve sua participação remota autorizada por unanimidade pela comissão da Opas.

Durante sua fala, o ministro citou o programa “Mais Médicos”, um dos alvos da ofensiva do governo Trump contra o governo brasileiro. O programa, lançado em 2013 por Padilha durante o governo da presidente Dilma Rousseff, prevê a contratação de médicos para atuar em locais de vazios assistenciais.

No seu lançamento, um dos principais parceiros do Brasil foi Cuba, que enviou profissionais de saúde para atuar no Brasil. Atualmente, dos 26.794 médicos ativos no programa, apenas 2.809 são cubanos. A maior parte dos profissionais (23.389) é brasileira.

“Uma política consolidada com a parceria da OPAS e aprovada por quem importa: as diretrizes de recursos humanos da OMS, as leis e a população brasileiras”, disse Padilha.

Em uma indireta aos EUA, o ministro também mencionou a preocupação com o aumento no número de casos de sarampo nas Américas. Até o início do mês, os Estados Unidos registravam três mortes pela doença, ficando atrás apenas do México, que registrou 14 mortes.

“Não precisamos de restrições a autoridades, nem de bloqueios a países. O que precisamos restringir são doenças – como o sarampo que se espalha a partir da América do Norte”, afirmou, mencionando ainda a necessidade de combater as fake news, conflitos e armas.

Vacinas

O Brasil tem liderado uma iniciativa para produção regional de vacinas. A intenção é fortalecer a rede de imunizantes na região, sobretudo por meio do desenvolvimento de vacinas que usem tecnologia de RNA mensageiro.

Recentemente, o Comitê Consultivo de Práticas de Imunização (ACIP), vinculado ao Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA (CDC), retirou recomendação a vacinas contra covid-19 após pressão do governo.

“Nada impedirá o Brasil de agir diante do negacionismo. Quando o negacionismo é impulsionado por líderes de governo, vimos isso na pandemia de Covid-19, milhares de vidas e a unidade entre as nações são perdidas. Por isso, precisamos agir diante dos cortes em programas de vacinação e de pesquisas, um retrocesso para a ciência, uma ameaça à vida”, afirmou o ministro.

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