30 de setembro de 2025
Politica

Gilmar Mendes diz que STF está unido na defesa de democracia e que espera ‘tempos mais pacíficos’

BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que tem as “melhores expectativas” sobre a gestão do ministro Edson Fachin, que assumiu a presidência da Corte nesta segunda-feira, 29. “Nós vimos ontem o Tribunal bastante unido em termos da defesa das instituições, da defesa da democracia”, disse a jornalistas após sua participação em evento do Lide – Grupo de Líderes Empresariais realizado na manhã desta terça-feira, 30, em Brasília.

O magistrado classificou o novo presidente do Supremo como um ministro “cordial, que tem boas relações com toda a Corte”.

“Minha expectativa é que vamos ter tempos mais pacíficos pela frente. E espero, então, que o presidente Fachin possa colocar toda a energia da Corte, toda a energia do Judiciário, para a distribuição adequada, boa, da Justiça”, afirmou. “Acredito também que nós precisamos e merecemos um tempo de paz. Nós precisamos poder trabalhar para as pessoas dentro do Brasil em condições de normalidade”, complementou.

Ministro Gilmar Mendes, decano do STF
Ministro Gilmar Mendes, decano do STF

Gilmar ainda disse que a aplicação da Lei Magnitsky pelos EUA para punir autoridades brasileiras “tem a ver com a dependência tecnológica que temos com os Estados Unidos”.

Ele disse que está participando da articulação de um projeto de lei “anti-embargos” para evitar esse tipo de sanção. “Nós estamos nos debruçando sobre um debate de lei anti-embargos para proteger autoridades e entidades que sofrem sanções secundárias, como bancos e prestadores de serviços. É preciso entrar um pouco neste mundo e discutir isso. E acho que o Congresso é o locus adequado para esse tipo de proteção”, afirmou.

Mais cedo, em discurso no evento, o ministro disse que a concentração de dados estratégicos nas mãos das big techs, assim como sua “crescente influência sobre políticas nacionais”, configuram uma forma de “dominação” e de “neocolonialismo digital”.

“Trata-se de uma forma de dominação menos visível que a colonial tradicional, mas igualmente limitadora da capacidade de autodeterminação dos Estados”, afirmou no painel.

Na conversa com jornalistas, o ministro também negou qualquer tensão com o Congresso, que ele atribui a uma “lenda urbana”. “Às vezes, há um desentendimento ou outro, que é muito mais sonoro do que efetivo. Não há tensão, pelo contrário, nós temos o melhor entendimento e reconhecemos a importância do Congresso Nacional, inclusive na defesa da democracia no Brasil”, afirmou.

 

 

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