2 de outubro de 2025
Politica

Lei Magnitsky: Gilmar diz que bancos têm entendido que sanções dos EUA não são aplicáveis no Brasil

BRASÍLIA – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que os bancos têm entendido que a Lei Magnitsky aplicada pelos EUA contra autoridades brasileiras não são “extensíveis” ao Brasil. “Até aqui os bancos têm interpretado que as sanções não são extensíveis ou aplicáveis. É esse o entendimento”, disse a jornalistas depois de participar de evento em Lisboa.

O governo de Donald Trump sancionou o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, com base na Lei Magnitsky. A punição foi feita em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo por liderar uma tentativa de golpe.

Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, comentou sobre os efeitos da Lei Magnitsky
Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, comentou sobre os efeitos da Lei Magnitsky

A Magnitsky prevê sanções como bloqueio de contas bancárias e de bens nos EUA e proíbe empresas americanas de manter relações com indivíduos sancionados. De forma indireta, a determinação de bloqueio também pode abranger bens e contas em instituições com ligações com o sistema financeiro dos EUA.

Gilmar também citou a decisão do ministro Flávio Dino, de agosto, que declarou que leis estrangeiras não têm efeito automático e devem passar pela Justiça brasileira antes de atingir bens ou empresas localizadas em território nacional. “São questões que certamente podem vir a ser discutidas no futuro”, afirmou o ministro. A incerteza em relação a como os bancos devem agir diante do conflito causou uma queda bilionária no valor de mercado dos bancos depois da decisão de Dino.

Na última terça-feira, Gilmar afirmou que um projeto de lei “anti-embargos”, contra a aplicação da Lei Magnitsky e outros tipos de sanção, está sendo articulado pelos Poderes. A Broadcast apurou, porém, que a discussão desacelerou para aguardar uma saída diplomática. Uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente americano Donald Trump está prevista para ocorrer em breve, ainda sem data definida.

 

 

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