A esperança do governo na ‘boa relação’ do chanceler Mauro Vieira com Marco Rubio
Uma das apostas do governo Lula para as tratativas comerciais com os Estados Unidos daqui para frente é no que é considerado uma “boa relação” do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, escolhido para representar a Casa Branca nas negociações.
Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltam que, apesar do perfil ideológico, Rubio se reuniu de forma reservada com o ministro brasileiro em julho, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o tarifaço e criticar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
A avaliação é de que, se não houvesse confiança entre Rubio e Vieira, o encontro entre os dois não teria ocorrido. A gestão petista vê o americano como um “profissional” que seguirá as instruções que receber de Trump.
O governo avaliou que o telefonema entre Lula e Trump nesta segunda-feira, 6, foi um avanço concreto, mas reconheceu também que o processo de diálogo é longo. O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, minimizou o possível impacto negativo da indicação de Rubio. “Não preocupa”, declarou Amorim à Coluna do Estadão.
Para uma ala do STF, apesar de bolsonaristas terem comemorado a escolha de Rubio para liderar as tratativas, a palavra final sobre retirada de tarifas e de sanções a autoridades brasileiras será de Trump, que se mostrou disposto a negocia.
Rubio criticou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes quando o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe. No entanto, um membro da Corte observou à Coluna, sob reserva, que Trump também já atacou o governo Lula de forma pública, mas tem mudado de postura.
