12 de outubro de 2025
Cultura

AfroEstima realiza aula inaugural de formação para agentes que vão atuar no Afropunk

Texto: Ascom FGM

Fotos: Luiz Otávio Freira

Foi dada a largada para o ‘AfroEstima: Trilha Formativa em Produção Cultural – Conexão Afropunk Brasil 2025’, projeto que vai formar 20 agentes culturais para atuar nos bastidores de um dos maiores festivais de cultura negra do mundo: o Afropunk Brasil. Do total de selecionados, 16 participantes são egressos das Escolas Criativas Boca de Brasa, programa de formação criativa desenvolvido pela Fundação Gregório de Mattos. A aula inaugural foi realizada neste sábado (11), no auditório Makota Valdina, localizado no prédio da Casa das Histórias de Salvador, no bairro do Comércio.

Promovida pela Casa das Histórias de Salvador (CHS) e pelo programa Salvador Capital Afro, em parceria com o movimento cultural Afropunk Brasil, a formação de 60 horas é um passo estratégico para ampliar a presença de grupos sub-representados no cenário cultural da cidade, como pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e com deficiência.

A trilha formativa se estende ao longo do mês de outubro, oferecendo módulos teóricos e práticos, culminando em uma vivência real durante a edição 2025 do Afropunk Brasil. A iniciativa conta com a cooperação da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), em articulação com a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador e a Fundação Gregório de Mattos, através do programa Boca de Brasa.

Coordenadora do programa Boca de Brasa, Nathália Leal, conversou com os participantes da formação

As vagas foram destinadas a agentes culturais maiores de 18 anos, residentes em Salvador e que já participaram de programas anteriores, como AfroEstima, AfroBiz ou Boca de Brasa, em 2023 e 2024. A formação busca garantir excelência técnica e sensibilidade social na produção de eventos, desde a concepção até a execução.

A oportunidade de se aprofundar na produção cultural de um evento como o Afropunk é vista com grande entusiasmo pelos participantes. “Foi maravilhoso participar do programa porque, através do Boca de Brasa, tanto em 2023 como em 2024, eu tive a oportunidade de conhecer outras áreas e outros tipos de pessoas e projetos. E me transformou a pessoa que eu sou hoje, que tem um horizonte, uma visão diferente. O curso nos traz uma experiência garantida. Eu acredito que esse curso vem pra alavancar o modo de pensar, de agir e também experiências novas”, declara a participante Mikaely.

O projeto é também um chamado para a participação ativa de grupos de diferentes territórios da cidade na economia criativa. A participante Regina Célia Rocha enfatiza a importância da AfroEstima como uma ferramenta de empoderamento e redução de desigualdades.

“Eu, como mulher negra, soteropolitana, oriunda de periferia e de escola pública, vejo como a maior oportunidade da população negra de Salvador participar mais ativamente dos eventos socioculturais e econômicos da cidade, porque geralmente nós falamos somente na parte cultural, mas também temos que falar na parte econômica, que reduz as desigualdades sociais presentes no nosso território”, afirma.

Módulos

O programa se divide em sete módulos, abordando temas como Planejamento e Pré-Produção, Captação de Recursos, Marketing Cultural, Acessibilidade, Sustentabilidade e Diversidade. As aulas práticas acontecem entre 27 e 31 de outubro, durante o Afropunk Brasil. Além da formação e assistência pedagógica, os participantes receberão uma bolsa-auxílio de R$ 750 durante o curso.

Parao participantes Joarley, o AfroEstima representa a concretização de um objetivo de longa data e a continuidade de um aprendizado focado na Afropunk. “É um crescimento pessoal. Eu vejo como uma etapa da vida alcançada, já era um objetivo meu ter uma relação com a Afropunk. Ano passado eu fiz um workshop e, agora, o ensinamento está avançando mais um pouco”, celebra.

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