16 de outubro de 2025
Politica

Presidente do PT critica ‘financeirização da economia’ em reunião com empresários

O presidente do PT, Edinho Silva, se reuniu com empresários nesta segunda-feira, 13. No encontro, em São Paulo, o petista disse que a “financeirização da economia” gera concentração de renda e defendeu rever as desonerações da folha de pagamentos – que são motivo de embate entre o governo Lula e o Congresso. A um ano das eleições de 2026, o dirigente partidário tem buscado interlocução com o setor produtivo.

“O debate que o mundo vai ter que fazer, totalmente despido de ideologia, é o da concentração da renda. A financeirização da economia dá velocidade à concentração da renda, que é o grande desafio mundial hoje”, disse Edinho, em almoço promovido pela Esfera Brasil, segundo apurou a Coluna do Estadão.

Ao citar as desonerações, Edinho questionou o peso desses renúncias fiscais. “Vamos enfrentar os R$ 870 bilhões de desoneração ou não? É preciso saber por que estamos desonerando e por que continuar. Um país maduro enfrenta esse debate. Desoneração, renúncia fiscal, impostos que deveriam entrar nos cofres públicos e não entram. Quais os setores econômicos estão desonerando? Qual o papel estratégico dessa desoneração?”, declarou.

Na semana passada, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para julgamento uma ação movida pelo governo Lula contra o projeto de lei que estende a desoneração da folha de pagamentos até 2027.

Histórico do embate governo Lula x Congresso sobre a desoneração

A desoneração da folha, criada ainda no governo Dilma Rousseff, atende a setores que são grandes empregadores, como de transportes urbanos, construção civil, confecções, call center e comunicação. O benefício é a redução da parcela do INSS a ser recolhida pelo empregador. Como compensação, as empresas recolhem um porcentual sobre a receita bruta.

Em 2023, o Congresso havia aprovado um projeto de lei para estender o benefício até o fim de 2027 e esticar o desconto para prefeituras de pequeno porte – que passaram a recolher 8% e não mais 20% sobre a folha de pagamentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, vetou o projeto, com o argumento de que não havia fonte de receita designada para o benefício, mas o Congresso derrubou o veto. O governo, então, editou uma Medida Provisória para encerrar o programa, mas congressistas ameaçaram devolver a MP.

Sem acordo, o governo recorreu ao STF. Em abril de 2024, Zanin, designado relator do caso na Corte, concedeu uma liminar que suspendeu os efeitos da MP – ou seja, manteve a vigência da desoneração da folha até que governo e Congresso entrassem em acordo.

Em setembro de 2024, o Congresso aprovou e Lula sancionou um projeto de lei que criava uma redução gradual do benefício, a partir de 2025 até o fim de 2027. No mês seguinte, o plenário do STF confirmou a decisão de Zanin, mesmo com a nova legislação.

14-07-2025  - SÃO PAULO - SP / POLITICA OE / EDINHO SILVA - Edinho Silva, presidente eleito do PT, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no estúdio da TV Estadão. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
14-07-2025 – SÃO PAULO – SP / POLITICA OE / EDINHO SILVA – Edinho Silva, presidente eleito do PT, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no estúdio da TV Estadão. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

 

 

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