Réu da Operação Faroeste tem áreas embargadas pelo Ibama por desmatamento
O empresário João Antônio Franciosi, réu na Operação Faroeste — que apura corrupção no Judiciário baiano —, é o líder em áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatamento na Bahia neste ano. Entre 22 de agosto e 2 de setembro, o órgão ambiental interditou oito áreas em nome de Franciosi no Estado, que somam cerca de 1.500 hectares. Cada hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol oficial.
Procurado, o empresário não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.
Segundo um levantamento feito pela Coluna do Estadão em dados do Ibama, constam embargos no nome de Franciosi em propriedades rurais em Luís Eduardo Magalhães (BA) e Barreiras (BA), uma região onde o Grupo Franciosi atua.

Empresário foi alvo de operação da PF
No início do mês, Franciosi foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) que apura um suposto esquema de falsificação de dossiês para coagir magistrados em processos agrários. A operação, autorizada pelo ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afastou o desembargador José James Gomes Pereira, do Tribunal de Justiça do Piauí.
Franciosi é réu na Operação Faroeste, ação que também tramita no STJ e que investiga suspeitas similares à da operação deflagrada deste mês. Deflagrada em 2019, a Faroeste apura venda de sentenças e já afastou do cargo cinco desembargadores do Tribunal da Bahia. Pelo menos três foram presos.
Em junho passado, a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça sob suspeita de ter mantido um “gabinete paralelo” com o filho para produção de sentenças de acordo com os interesses de advogados e partes sem vínculo com a Corte baiana.
Uma investigação da Polícia Civil do Piauí também conecta esse esquema ao modus operandi da Bahia, apurado na Faroeste. No mês passado, foi realizada no Piauí a operação “Vice-Cônsul”, em uma alusão à Faroeste, que apurava suspeita sobre um investigado que se apresentava como cônsul.