16 de outubro de 2025
Politica

Nova chefe da Embaixada israelense foca em atos no Congresso e não fala com Itamaraty

Uma semana após assumir a chefia da Embaixada de Israel no Brasil, a encarregada de negócios Rasha Athamni não se reuniu com o Itamaraty e tem focado em participar de sessões solenes no Congresso sobre a guerra daquele país contra o Hamas. Nesta quarta-feira, 15, o ato, organizado pela embaixada, será no plenário da Câmara.

A sessão na Casa vai homenagear as vítimas do “ataque de 7 de outubro de 2023”, em referência à ofensiva armada do Hamas contra Israel, que marcou o início da guerra.

Nos últimos dias, uma proposta de cessar-fogo tem avançado. Israel libertou 1968 prisioneiros palestinos e o Hamas, 20 reféns israelenses. São estimados cerca de 70 mil mortos no conflito, sendo aproximadamente 68,5 mil palestinos.

Athamni chegou à Embaixada de Israel em Brasília no último dia 6, dois meses depois que o Itamaraty desistiu de aprovar a indicação do diplomata Gali Dagan para embaixador. Em resposta, Israel rebaixou as relações com o Brasil.

Ainda em agosto, o Ministério das Relações Exteriores condenou declarações do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, que havia chamado o presidente Lula de antissemita “apoiador do Hamas” e associado o presidente ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. A chancelaria brasileira classificou as declarações de Katz como “grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o presidente Lula”.

Rasha Athamni, encarregada de negócios da Embaixada de Israel no Brasil
Rasha Athamni, encarregada de negócios da Embaixada de Israel no Brasil

Israel perdeu embaixador brasileiro e considera Lula ‘persona non grata’

Lula acusou Israel de genocídio diversas vezes durante o mandato. Em maio passado, o petista afirmou que Israel comete genocídio matando crianças e mulheres em Gaza “a pretexto” de eliminar terroristas.

Em fevereiro de 2024, o presidente disse que o Exército de Israel cometia genocídio contra os palestinos e fez referência ao Holocausto durante a ditadura nazista de Adolf Hitler.

Em resposta, Israel convocou o embaixador brasileiro no país para um evento no Museu do Holocausto, atitude que foi lida pelo Itamaraty como uma humilhação. Lula foi declarado “persona non grata” pelo governo israelense, ou seja, alguém que não é bem-vindo no país. Três meses depois, o Brasil retirou seu embaixador de Israel. O posto continua vago.

 

 

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