23 de outubro de 2025
Politica

Suplente de Boulos ainda não sabe se irá assumir cargo e diz prioridade se for empossado; veja qual

BRASÍLIA – Com a ida de Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria de Relações Institucionais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cargo do parlamentar na Câmara dos Deputados poderá ficar com Ricardo Galvão (Rede-SP).

Ele é o primeiro suplente do deputado, mas ainda não tem certeza se assumirá a função. Há um diálogo neste momento com a Rede para saber como ficará a situação dele, que hoje preside o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ricardo Galvão foi eleito uma das 10 personalidades de 2019 pela revista Nature.
Ricardo Galvão foi eleito uma das 10 personalidades de 2019 pela revista Nature.

Dentro do partido ainda há indefinição sobre quem poderia assumir a suplência de Boulos.

“Isso está sendo dialogado dentro do partido. Mas assumiria o cargo sem problema nenhum”, diz Galvão.

Ao Estadão, Galvão disse que se ocupar a função como deputado, terá as pautas do meio ambiente, da defesa dos investimentos em ciência e tecnologia e a educação como prioridades.

“A pauta principal é a questão climática, a linha de ação da Rede, e razão pela qual entrei na política”, afirmou.

O atual presidente do CNPq ficou conhecido nacionalmente em 2019, quando, à frente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contestou críticas do então presidente Jair Bolsonaro (PL) aos dados de desmatamento na Amazônia.

Na época, Bolsonaro acusou o Inpe de divulgar “números mentirosos”. Galvão defendeu publicamente o trabalho da equipe e afirmou que os dados eram precisos e auditáveis, o que levou a sua exoneração do cargo de diretor do instituto.

Com conhecimento de causa, Galvão menciona que o Congresso pode ter papel importante no desenvolvimento de políticas de ciência e tecnologia no Brasil.

“Se assumir, estaria trabalhando para o aprimoramento da ciência e tecnologia no Brasil, olhando em particular a questão orçamentária para o sistema”, disse. Ele mencionou como exemplo uma tentativa de parlamentares de reduzirem o orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Em 2025, o fundo terá R$ 14,6 bilhões disponíveis para operações não reembolsáveis e reembolsáveis.

Galvão também menciona preocupação especial com a repatriação de cientistas brasileiros para trabalhar no setor industrial nacional. “Não basta formar doutores e colocar na universidade. É preciso estabelecer mecanismo para o financiamento industrial, mas com soberania da tecnologia desenvolvida”, afirmou.

Ele mencionou o exemplo das terras raras, tema que move a atual geopolítica global.

“Com a pressão de Estados Unidos e China, exportamos como no passado vergonhosamente fizemos com areia monazítica. Eu sei quem sabe, quem conhece e pode articular. Com a indústria nacional podemos desenvolve aqui os produtos”, afirmou.

Caso assuma a função, completou Galvão, ele ainda manterá diálogos com PSOL para dar continuidade ao trabalho de Boulos no Congresso. “Se eu assumir, tenho que falar com o agora ministro Boulos, com o pessoal do PSOL, e eles ainda tinham uma agenda inacabada. Eu teria o compromisso de atuar em alguma coisa inacabada”, disse.

 

 

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