Lula externa a dificuldade clássica da esquerda em condenar bandidos
Há fortes controvérsias em relação ao que move o ser humano quando há crimes envolvidos. Suas ações ocorrem como reação a um tecido social opressor, injusto e desigual, de maneira que a violência é uma saída justificável. Ou é senhor de seu livre-arbítrio e deve responder individualmente por cada um dos seus atos ilegais.
Quanto mais alguém acredita na primeira hipótese, mais de esquerda será. A culpa seria coletiva. Se está do lado da outra alternativa, está na direita. A frase de Lula, em que coloca os traficantes como vítimas do usuário – além de alfinetar o presidente americano Donald Trump – revelou o que todos sabem: suas convicções esquerdistas.
A verdade sobre o humano deve estar em algum meio termo entre esses polos hipotéticos. Mas quem, de alguma maneira, sofre com a criminalidade, certamente não vai se interessar por essa discussão filosófica. Ele quer a segurança e os bandidos presos.
A população, em sua maioria, gosta da polícia. Quem não gosta é intelectual. Até porque o policial, como extrato da sociedade, está mais próximo da base da comunidade do que o acadêmico ou artista que lhe tem repugnância.
Mas, politicamente, a frase de Lula pode ser um alento para uma direita agora desarticulada. Finalmente um passo em falso após uma série de vitórias políticas, como no caso da isenção do Imposto de Renda e da química com o presidente Trump. Mas, frente a tanto desatino de gente como o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, frente ao crescimento na popularidade e nas pesquisas, Lula apenas pode ter subido no salto alto e resolveu falar o que realmente pensa – que se danem as consequências. Exerce o livre-arbítrio.
