27 de outubro de 2025
Politica

Ratinho Jr. antagoniza com Lula e avança sobre pauta de Tarcísio na educação; entenda

O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), tem uma nova aposta para antagonizar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, ao mesmo tempo, avançar sobre uma pauta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Focado em se mostrar como alternativa da centro-direita para o Palácio do Planalto, o paranaense espera aprovar nesta segunda-feira, 27, na Assembleia Legislativa um projeto de lei para permitir a adesão de escolas de tempo integral ao modelo cívico-militar.

“O Paraná hoje é o Estado que tem o maior número de colégios cívico-militares do Brasil”, ressaltou o secretário de Educação do Estado, Roni Miranda, em entrevista à Coluna do Estadão. Sobre a corrida eleitoral, ele não deixou dúvidas de que os olhares estão voltados ao Planalto.

“Não sei se o governador vai ser candidato a presidente ou vai ser candidato a vice-presidente, porque eu não tenho essa informação por parte dele. Mas (as escolas cívico-militares) sempre foram uma bandeira de gestão dele”, disse Miranda.

A proposta agrada eleitores da direita, especialmente bolsonaristas, e reflete um enfrentamento direto com o governo Lula. Logo no início da atual gestão, o Ministério da Educação decidiu encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, que era uma das prioridades do governo Jair Bolsonaro.

Hoje, o Paraná tem 312 escolas cívico-militares, de um total de 2.080 estabelecimentos de ensino estaduais. Os colégios em tempo integral, que poderiam fazer a transição de modelo, são 412.

Esse modelo de colégio também é pauta do governador Tarcísio de Freitas. “São Paulo copiou o nosso modelo”, afirmou Miranda, de bate-pronto ao ser abordado sobre o tema, revelando o tom da disputa entre os dois estados. A resposta foi em referência ao organograma das escolas cívico-militares do Paraná: os diretores são professores concursados e há monitores militares, que podem ser militares da reserva, do Corpo de Bombeiros ou da Polícia Militar.

Critérios para transformar escolas em cívico-militares no Paraná

De acordo com o projeto enviado pelo governo Ratinho à Assembleia, os critérios para as escolas de tempo integral se tornarem cívico-militares serão nota baixa no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e situações de violência. Mas haverá consulta pública para que a comunidade tome a decisão. O modelo do Paraná é diferente do adotado pelo governo Bolsonaro – que foi extinto pela gestão Lula – em que havia um diretor militar na escola.

Ratinho Júnior, governador do Paraná
Ratinho Júnior, governador do Paraná

Ratinho intensifica campanha

Como tem mostrado a Coluna do Estadão, o governador do Paraná intensificou a atuação nos bastidores para viabilizar sua candidatura ao Planalto caso Tarcísio dispute a reeleição em São Paulo. Neste mês, por exemplo, rivalizou com Lula ao entregar 1.179 moradias a famílias do Estado, no mesmo dia em que a gestão petista lançou uma nova política habitacional voltada à ampliação do crédito para a classe média.

Até mesmo aliados de Tarcísio passaram a ver mais espaço para Ratinho se fortalecer como o nome de presidenciável da direita. Além disso, resultados econômicos recentes do Paraná passaram a ser vistos como uma vitrine na eleição.

Ratinho também apostou, em reuniões com o empresariado, na pauta da segurança pública e no investimento turbinado no agronegócio.

Em julho, o governador paranaense se reuniu com um grupo de empresários em São Paulo. O objetivo foi atrair investimentos ao Estado e, de quebra, reforçar a busca por apoio no setor privado para disputar a Presidência o Planalto.

Antes, em maio, ele fizera barulho com ações do governo na segurança pública, que tende a ser um dos principais temas da eleição de 2026 ao Planalto.

 

 

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