Lewandowski diz que primeira impressão é que operação no Rio foi extremamente ‘cruenta’ e ‘violenta’
BRASÍLIA – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira, 29, que a impressão do governo federal é que a operação no Rio que deixou ao menos 119 mortos na terça-feira, 28, foi “extremamente cruenta e violenta”.
A fala do ministro ocorreu após uma reunião de emergência convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada. O governo do Rio contabiliza 119 mortos na operação, sendo 4 policiais. Já segundo a Defensoria Pública do Estado, o saldo de fatalidades é de 132 pessoas.
“A primeira impressão que se tem é que foi uma operação extremamente cruenta, extremamente violenta. Vamos pensar se esse tipo de ação é compatível com o Estado Democrático de Direito”, disse Lewandowski, que afirmou ainda que o Planalto entende que não basta “força bruta e física” para combater o crime organizado.

Lewandowski declarou que o combate ao crime organizado deve ser feito de “forma conjugada e inteligente”, mas que a responsabilidade da segurança pública é dos governos estaduais. Ele também comparou a operação no Rio com as recentes ações da Polícia Federal (PF) que, segundo ele, são feitas de maneira discreta e sem vítimas fatais.
“A Polícia Federal nos últimos tempos, todos são testemunhas, fez inúmeras operações, inúmeras prisões, inúmeras arrecadações de dinheiro, armas, drogas e sempre de forma discreta, sem nenhum ferido e nenhuma morte”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública.
O ministro também afirmou que Lula está “esperançoso” com a aprovação da PEC da Segurança Pública. “O presidente Lula está muito esperançoso na aprovação da PEC, mas eu acho que a própria cidadania deve lutar para que haja o entrosamento entre as forças policiais ao nível nacional porque, só assim, nós vamos combater de forma mais eficaz o crime organizado”, disse.
Segundo Lewandowski, é preciso descapitalizar o crime organizado, mas a Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) possuem uma competência muito restrita e não foram feitas para fazer enfrentamento direto em comunidades, de acordo com a Constituição.
“Com a PEC da Segurança Pública nós queremos inverter essa equação, nós queremos fazer com que as forças nacionais todas, as polícias federais, estaduais, distritais e municipais colaborem entre si, mudarmos esse paradigma”, afirmou Lewandowski.
 
 

 
			 
							