Moraes manda Cláudio Castro explicar mortes em operação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou intimar o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, para prestar informações sobre a Operação Contenção, que matou pelo menos 132 pessoas.
Em sua decisão, o ministro afirma que a cobrança “encontra amparo nas determinações estruturais do acórdão do julgamento de mérito” da “ADPF das Favelas”, ação que estabeleceu parâmetros de atuação para reduzir a letalidade policial no Rio, especialmente nas comunidades, e obrigou o governo do Estado a criar um plano de recuperação territorial de áreas dominadas por facções e milícias.

O governador terá que prestar informações sobre os seguintes pontos:
- Relatório circunstanciado da operação;
- Prévia definição do grau de força adequado e justificativa formal para sua deflagração;
- Número de agentes envolvidos, identificação das forças atuantes e armamentos usados;
- Número oficial de mortos, feridos e presos;
- Medidas adotadas para garantir a responsabilização em caso de eventuais abusos e violações de direitos, incluindo a atuação dos órgãos periciais e o uso de câmeras corporais;
- Providências para assistência às vítimas e suas famílias, incluindo a presença de ambulâncias;
- Protocolo ou programa de medidas de não repetição;
- Preservação do local para perícia e conservação dos vestígios do crime;
- Comunicação imediata ao Ministério Público;
- 10. Atuação da polícia técnico-científica realização das perícias, liberação do local e remoção de cadáveres;
- Acompanhamento pelas Corregedorias das Polícias Civil e Militar;
- Uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança pública;
- Uso de câmeras nas viaturas policiais;
- Justificação e comprovação da prévia definição do grau de força adequado à operação;
- Observância das diretrizes constitucionais relativas à busca domiciliar;
- Presença de ambulância, com a indicação precisa do local em que o veículo permaneceu durante a operação;
- Observância rigorosa do princípio da proporcionalidade no uso da força, em especial nos horários de entrada e saída de escolas. Em caso negativo, informar as razões concretas que tenham tornado necessária as ações nesses períodos;
- Necessidade e justificativa, se houver, para uso de estabelecimentos educacionais ou de saúde como base operacional das forças policiais, bem como eventual comprovação de uso desses espaços para a prática de atividades criminosas que tenham motivado o ingresso das equipes.
 
 

