A pauta climática não pode e não deve ficar restrita a um único campo ideológico
Enquanto o mundo se prepara para a COP30, em Belém, a Câmara Municipal de São Paulo reafirma seu compromisso com o enfrentamento da crise climática. Cidades como a nossa concentram não apenas os maiores desafios ambientais, mas também o maior potencial de transformação. É nelas que os impactos das mudanças do clima se manifestam – e onde as soluções precisam nascer.
São Paulo convive com enchentes recorrentes, ilhas de calor, perda de cobertura vegetal e uma mobilidade urbana ainda extremamente dependente dos combustíveis fósseis. Esses problemas, que atingem de forma desigual as diferentes regiões da cidade, exigem políticas públicas integradas e uma atuação legislativa à altura da emergência climática.
Nesta Legislatura, a Câmara tem buscado traduzir essa agenda em iniciativas concretas. Projetos já aprovados em plenário, como o que institui a Política Municipal de Adaptação Climática nas Escolas – para preparar a rede de ensino para eventos extremos –, o que prevê a instalação de painéis fotovoltaicos nas redes de saúde pública e de atenção básica e o que cria as Vagas Verdes, foram construídos de forma suprapartidária por diferentes vereadoras e vereadores, além da CPI das Enchentes do Jardim Pantanal, que, investiga causas e responsabilidades, mas propõe soluções estruturais para um problema que se repete a cada verão, refletem um Legislativo comprometido com resultados e com o diálogo. Outras pautas atuais, como a transição energética da frota de ônibus e o incentivo à mobilidade ativa na cidade, também estão em discussão pelos vereadores.
A pauta climática não pode – e não deve – ficar restrita a um único campo ideológico. O desafio é coletivo e demanda cooperação entre diferentes perspectivas políticas, técnicas e sociais. A Câmara Municipal é, por natureza, o espaço desse encontro: o lugar onde divergências se transformam em debate e onde a escuta da população se converte em propostas concretas para a cidade.
Esse compromisso com o diálogo e a construção coletiva se materializou na 24ª Conferência Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas, realizada na Câmara, que reuniu mais de 300 pessoas em oito horas de debates sobre o papel de São Paulo na agenda climática global. O encontro teve como mote “O Legislativo Municipal de São Paulo estará na COP30 – e você pode fazer parte disso”.
Organizada em cinco eixos – Água, Árvores, Resíduos, Mobilidade Urbana e Empregos Verdes –, a conferência reuniu especialistas, representantes da sociedade civil, do poder público e do setor privado para contribuir na elaboração de um documento oficial de São Paulo para a COP30.
Os debates apontaram direções claras: fortalecer a gestão hídrica com soluções baseadas na natureza, valorizar a arborização como infraestrutura urbana, ampliar a reciclagem e a compostagem, acelerar a transição energética no transporte e criar novas oportunidades de trabalho e renda na economia verde. Mais do que um diagnóstico, o evento foi um exercício de construção conjunta e um chamado à ação.
Essa escuta plural reafirma o papel do Legislativo ao aproximar a política climática da vida cotidiana das pessoas. Ao reunir vozes diversas – de movimentos sociais a universidades, de gestores públicos a organizações empresariais –, a Câmara Municipal demonstra que a resposta à crise climática depende de cooperação, transparência e visão de futuro.
A presença de uma comitiva oficial da Câmara na COP30 – a COP da implementação e da ação – representa a continuidade desse esforço. Levar a voz de São Paulo à conferência do clima é reafirmar que as cidades não são apenas palco dos impactos, mas parte essencial das soluções globais. E é também lembrar que a política ambiental nasce dos territórios – e que cabe ao Legislativo garantir que cada bairro, cada árvore e cada gota d’água de São Paulo façam parte da construção de um futuro sustentável e inclusivo para todos.
 
 

 
			