PT prepara duas vacinas para blindar Lula no embate sobre segurança com a oposição
Mal deu tempo de o PT comemorar que a avaliação positiva do governo Lula ultrapassou a negativa em outubro, pela primeira vez depois de um ano de muita queda. Integrantes do partido já acreditavam que acuariam a direita, principalmente depois do sucesso do discurso da soberania nacional e da foto de Lula com o presidente americano, Donald Trump.
Mas a operação policial no Rio de Janeiro mudou a pauta no País, ofuscou a retórica marqueteira e jogou luz nos problemas da segurança pública. Nessa área a sigla é absolutamente desconectada dos anseios da maioria da população. A AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira, 31, por exemplo, mostra que 87% dos moradores das favelas apoiam a megaoperação. E agora a legenda corre para adotar vacinas que blindem o presidente Lula nesse debate nas eleições 2026.

O PT vai agir em duas frentes. Em dezembro, fará um seminário nacional sobre segurança pública para tentar encontrar um discurso que dialogue com o eleitor e abra caminho para elaborar um programa com “propostas mais robustas” para o setor nas eleições.
O partido e a comunicação do Palácio do Planalto buscarão ditar a pauta dos debates de 2026. A ideia é envolver outros temas em discussão como economia e benefícios sociais.
Ações como o minuto de silêncio feito pelo ministro Guilherme Boulos ao assumir a Secretaria-Geral da Presidência esta semana não serão encabeçadas por Lula.
Entretanto, como não pode perder a única ala fiel de eleitores petistas, que gira em torno dos 30%, manterá acenos aos movimentos sociais e de direitos humanos por meio de seu time. As ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos) estão escaladas para a missão.
