5 de novembro de 2025
Politica

Financial Times: Operação brutal antidrogas no Brasil expõe fraqueza política de Lula

Os campos políticos de centro e de esquerda nas Américas esperam passivos que o crime organizado desapareça, enquanto a direita tem a postura de combater o problema com letalidade máxima para obter ganho político, destaca o Financial Times nesta domingo, 2, em artigo assinado por Will Freeman, pesquisador sobre assuntos de América Latina do Council on Foreign Relations. O autor cita a megaoperação realizada na semana passada no Rio de Janeiro para mostrar como o centro e a esquerda estão falhado no combate ao crime.

“Mesmo que as táticas da direita – ataques de barcos de Donald Trump, novas designações de terroristas dos Estados Unidos ou os assassinatos no Rio de Janeiro – façam pouco para enfraquecer os grupos criminosos, elas funcionam como teatro”, escreve Freeman.

Movimentação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro
Movimentação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro

O pesquisador avalia que a América Latina tem uma história de “populismo punitivo”, com táticas letais de aplicação da lei feitas mais para mobilizar o público do que para suprimir efetivamente o crime. As ações de Trump na região têm influenciado líderes de direita. Um exemplo é a iniciativa do presidente do Equador, Daniel Noboa, que quer intervenção militar direta dos EUA.

No caso brasileiro, Freeman considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou em situação menos vantajosa do que estava dias antes da ação policial no Rio. “Lula demorou muito para priorizar a segurança e resistiu a descrever as gangues como as organizações predatórias que são.”

Para o especialista, centristas e esquerdistas em toda a região devem não apenas criticar a letalidade e ilegalidade do governo, mas também propor leis, táticas de policiamento e estratégias para desmantelar gangues criminosas.

 

 

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