Helder Barbalho: Operação no Rio ajuda na segurança do Pará, e GLO não tem relação com episódio
Menos de uma semana depois da megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), o governo Lula decretou GLO – Garantia da Lei e da Ordem no Pará. O Estado começa a receber, esta semana, líderes do mundo inteiro para os eventos da COP 30, e necessita do reforço na segurança pública.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), entretanto, ressaltou que o pedido de apoio federal com uso das Forças Armadas já havia sido feito desde 17 de setembro e não tem qualquer relação com o episódio no Rio.
Na avaliação de Barbalho, o enfrentamento contra o CV na capital fluminense inclusive tem reflexo positivo para a segurança no seu Estado. Isso porque, 32 alvos da operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão são oriundos do Pará, segundo informações da Polícia Civil do Rio.
“Nós estamos acompanhando os desdobramentos da operação. Ela cumpriu 32 mandados de prisão expedidos pela justiça do Estado do Pará. Vinte foram presos ou morreram. É a partir do Rio que a facção orientava a atuação no território paraense. Portanto, quando atinge o topo tem impacto positivo na segurança do Estado”, disse em entrevista à Coluna do Estadão.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará destacou que atua em parceria com a Polícia Civil do Rio. Dados do governo estadual apontam que foram realizadas 5 grandes operações contra faccionados nos últimos seis meses no Pará, com um total de 585 presos.
Uma constatação feita pela Segurança, porém, é que essas ofensivas chegam aos que recebem ordens do CV, mas não atingem a cúpula.
Segundo informações de inteligência obtidas com exclusividade pelo Estadão, integrantes da alta cúpula do Comando Vermelho com atuação na Amazônia pagam, cada um, ao menos R$ 50 mil mensais para traficantes do Rio para se abrigar em esconderijos do crime nos complexos da Penha e do Alemão.
Na última semana, diante da operação no Rio, que ganhou destaque em jornais de diversos países, houve indagações se o episódio provocaria receio de lideranças mundiais viajarem para a COP-30. A divulgação de atuação de braço do Comando Vermelho no Pará geraram temor de algum tipo de retaliação da facção.
Mas, segundo apurou a Coluna, o monitoramento permanente das forças de segurança no Estado não aponta para esse risco imediato, embora nenhum integrante da área de segurança no Pará declare taxativamente que está afastado. A conclusão predominante, porém, é de que o momento mais tenso se deu nos dias imediatamente após a megaoperação.

 
