Artistas das Escolas Criativas Boca de Brasa se destacam na cena soteropolitana
Foto: Bruno Concha / Secom PMS
Reportagem: Nilson Marinho / Secom PMS
Uma nova geração de artistas e projetos tem sido revelada em Salvador por meio das Escolas Criativas Boca de Brasa, uma iniciativa da Fundação Gregório de Mattos (FGM) que apoia processos de formação artística e inserção profissional. O projeto integra o tripé do programa Boca de Brasa, junto com os Espaços Culturais e o Movimento Boca de Brasa.
As Escolas Criativas certificaram 362 pessoas no ano passado e devem encerrar 2025 com aproximadamente 450 profissionais da arte qualificados.
Nos últimos meses, artistas das Escolas Criativas participaram de visitas técnicas a grandes eventos, como o espetáculo Erê, do Bando de Teatro Olodum, e o Open Air Salvador, onde conheceram bastidores do maior cinema aberto do mundo. Nesta semana, terão acesso exclusivo aos bastidores do festival Afropunk.
Entre os destaques das Escolas Criativas, está a cantora Andrezza Santos, que lançou o show autoral Trauma e tem circulado com o espetáculo Gal para Dançar, em homenagem a Gal Costa. Outra artista em evidência é Nega Fyah, autora do livro Fyah do Ódio ao Amor, finalista do Prêmio Oceanos 2025.
“Temos também o Grupo de Teatro Jaé, de Valéria, que foi certificado como Ponto de Cultura e selecionado em edital após participar da Incubação 2023 e Aceleração 2024. Além disso, temos outros artistas na cena da música, como Odillon e Vitor Adell, que também circulam na nossa cidade”, lembra Nathalia Leal, responsável pelo projeto.
Nathalia destaca que os participantes das Escola Criativas desenvolvem competências para elaborar seus projetos e entender como funcionam os mecanismos de apoio e financiamento de projetos culturais.
“Nossos participantes compreendem também a importância de ter um portfólio, de estabelecer um valor de cachê. Saem compreendendo que arte e cultura também são ofícios, é um trabalho que deve ser remunerado, pois envolve dedicação, pesquisa, estudo e técnica”, diz.
Segundo Nathalia, a iniciativa é responsável pelos processos formativos oferecidos a grupos, artistas e agentes culturais dos territórios de Salvador pelo Boca de Brasa. Os cursos, totalmente gratuitos, contemplam áreas como audiovisual, teatro, dança, sonorização, canto coral, figurino e ritmos percussivos, de acordo com as especificidades de cada região.
“Buscamos nos ciclos formativos estimular a economia criativa nos territórios por onde passamos, desenvolvendo conhecimento, estratégias e ferramentas com as iniciativas participantes, de modo que possam gerar renda e tornar suas ações mais fortalecidas”, explica.
Este ano, foram realizadas formações nos territórios de Pau da Lima, Cidade Baixa, Centro/Brotas, Liberdade/São Caetano, Cajazeiras e Valéria. As formações são estruturadas em três níveis (iniciação, intermediário e avançado), e incluem desde visitas guiadas a grandes eventos culturais da cidade até mentorias especializadas e bolsas de estímulo para os participantes.
No nível avançado, o Acelera Boca de Brasa auxilia artistas e grupos com uma atuação mais antiga que precisam impulsionar suas carreiras. São selecionadas 15 iniciativas, que recebem mentorias especializadas, individuais e coletivas, ao longo da formação. Além disso, há uma bolsa estímulo de R$ 10 mil e um capital semente de R$ 20 mil, que é aplicado no projeto ou produto.
“Todos esses recursos são executados ao longo da formação, com apoio e assistência da equipe de mentores e professores. São 300 horas de atividades. Ao final, realizamos a Temporada Boca de Brasa, com a circulação dos 15 acelerados”, afirma Nathalia.
Os interessados em participar das Escolas Criativas podem acompanhar as atividades e inscrições pelas páginas de cada território no Instagram e pela página do programa no site da FGM.
