21 de dezembro de 2025
Politica

STJ mantém condenação de blogueiro bolsonarista por caluniar cineasta

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio da Sexta Turma, decidiu por maioria de votos, nesta terça-feira, 4, manter a condenação do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, acusado de calúnia contra a cineasta Estela Renner.

A condenação havia sido imposta pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), que fixou a pena em um ano, sete meses e um dia de detenção.

STJ mantém condenação de blogueiro bolsonarista por caluniar cineasta.
STJ mantém condenação de blogueiro bolsonarista por caluniar cineasta.

Os magistrados entenderam que não seria possível anular ou modificar a condenação, já que isso exigiria reexaminar as provas do caso, o que não é permitido nesse tipo de recurso.

A maioria dos ministros seguiu o voto divergente do ministro Sebastião Reis Júnior, que aplicou a Súmula 7 do STJ, regra que impede a revisão de fatos e provas já julgados. Ele foi acompanhado pelos ministros Og Fernandes, Rogerio Schietti e Carlos Brandão.

Além da pena criminal, Allan dos Santos também foi condenado a indenizar Estela por danos morais.

O caso refere-se a um vídeo publicado em 2017 nas redes sociais, em que o blogueiro acusou a cineasta de “incentivar o uso de maconha por criancinhas” e afirmou que ela teria usado recursos públicos de forma ilegal.

Nesse processo, o TJ-RS manteve a condenação do blogueiro com o mesmo argumento da decisão anterior, de que não seria possível revisar as provas já analisadas. Contudo, nesta ação, o ministro relator Antonio Saldanha Palheiro desclassificou a conduta para injúria e reconheceu a prescrição, por entender que as falas de Allan dos Santos, embora lamentáveis, não configuram calúnia, devido à ausência de imputação de fato específico definido como crime.

Allan dos Santos também responde a investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) por disseminação de notícias falsas e ataques à democracia. Desde 2021, o blogueiro tem prisão preventiva decretada, mas está foragido nos Estados Unidos e segue sendo alvo de inquéritos sobre fake news e milícias digitais.

 

 

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