10 de novembro de 2025
Politica

Bolsonaro é abandonado por aliados à medida que prisão se aproxima; pedidos de visita caíram 74%

Amigos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são diretos quando indagados sobre como ele está no momento. Abandonado, mal cuidado, ruim foram algumas das expressões ouvidas pela Coluna do Estadão nos últimos dias. E a queixa de isolamento pode ser conferida em números.

À medida que se aproxima sua prisão em regime fechado, após o fim dos recursos à condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro tem sido deixado de lado. Levantamento da Coluna do Estadão no sistema da Corte aponta uma redução de 74%, de agosto para cá, no número de pedidos para visitá-lo na prisão domiciliar.

Nas primeiras quatro semanas da prisão domiciliar de Bolsonaro, foram 123 pedidos de visitas. Nos últimos 30 dias, por outro lado, esse total caiu para 32. Em novembro até o dia sete, foram apenas 10 solicitações. Algumas são de familiares do ex-presidente, como o irmão Renato, e também de um grupo de oração da ex-primeira-dama Michelle.

Um dos políticos que mais pediram para visitar Bolsonaro foi o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com 9 solicitações. Em outubro, contudo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, passou a impedir o contato entre os dois com a reabertura de uma investigação contra o dirigente partidário por suposta participação na tentativa de golpe de Estado.

Pessoas próximas ao ex-presidente dizem que tem reclamado do abandono. Ele tem crises frequentes de soluço, por conta de seu estado de saúde, e tem demonstrado também desânimo com a iminência de ser preso.

Na sexta-feira, 7, o STF formou maioria para negar recurso de Bolsonaro e manter pena de 27 anos e três meses na trama golpista.

Bolsonaro só deve ser preso para cumprir a sentença quando o processo atingir o chamado “trânsito em julgado”, ou seja, após o fim de todos os recursos, ou se o STF considerar que os pedidos da defesa são “protelatórios”.

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

 

 

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