OAB-SP aciona PF para investigar acesso automatizado a dados de 400 mil pessoas no TRF4
ESPECIAL PARA O ESTADÃO – A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) pediu à Polícia Federal (PF) que investigue um possível vazamento em massa de dados de processos judiciais no sistema eletrônico do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sediado em Porto Alegre. Segundo a notícia-crime enviada à PF, houve acessos automatizados, em larga escala e sem autorização, a sistemas judiciais, com uso fraudulento das credenciais de um advogado.
A OAB estima que entre 50 mil e 200 mil processos tenham sido consultados de forma indevida, com possível exposição de dados de até 400 mil pessoas, entre advogados, partes, testemunhas e servidores públicos.
O caso chegou à entidade depois que o TRF4 comunicou o uso “massivo e robotizado” de consultas no sistema eproc, mecanismo eletrônico de tramitação processual usado pela Justiça Federal.
De acordo com a denúncia, registros do tribunal mostram que, entre os dias 1º e 3 de setembro passado, foram feitas cerca de 200 mil consultas automáticas, inclusive durante a madrugada, com taxa média de 260 acessos por minuto.
Os IPs usados nas conexões estavam ligados a um provedor internacional sediado na Índia, associado a serviços de VPN e proxies anônimos, o que indica tentativa de mascarar a origem dos acessos. Segundo a OAB-SP, parte dos endereços foi geolocalizada nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
A OAB-SP não informou a identidade do advogado.
