13 de novembro de 2025
Politica

Quem são os ex-presidentes do INSS de Lula e Bolsonaro alvos da PF

[[{“value”:”

Dois ex-presidentes do do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foram alvos de operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, 13. Ambos são investigados por participarem de esquema fraudulento de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.

Alessandro Stefanutto foi preso na manhã desta quinta-feira, 13. Investigado por permitir desvios durante sua gestão, ele assumiu o INSS em julho de 2023, na atual gestão de Lula Ele pediu demissão no final de abril deste ano, após ordem do presidente. Procurada, a defesa de Stefanutto ainda não se manifestou.

Quem é Alessandro Stefanutto

Desde o início do ano, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) apuram um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. O valor estimado em cobranças irregulares pode chegar a R$ 8 bilhões, segundo auditoria da CGU.

Alessandro Stefanutto (ex-presidente do INSS).
Alessandro Stefanutto (ex-presidente do INSS).

Stefanutto foi nomeado para o cargo no dia 11 de julho de 2023 pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. À época da nomeação, Lupi não economizou nos elogios ao escolhido e chegou a dizer que ele não “se deixa dobrar por interesses menores”.

Antes da presidência do INSS, ele esteve à frente da Procuradoria-Federal Especializada junto ao INSS de 2011 a 2017.

Sua formação inicial também inclui passagens pelo Colégio Naval e pela Escola Naval, onde ficou de 1988 até 1992. Cursou direito pela Universidade Mackenzie, onde se formou em 1998. Fez pós-graduação em gestão de projetos, e também cursou especialização em mediação e arbitragem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele Stefanutto tem dois mestrados. O primeiro, em 2013, foi obtido junto à Universidade de Alcalá, em Madrid, onde conseguiu o título de mestre em gestão e sistemas de seguridade social. O segundo, foi concluído em 2024, em direito internacional pela Universidade de Lisboa.

Sede do INSS em Brasília.
Sede do INSS em Brasília.

Ele estava no INSS desde 2000, quando foi aprovado para atuar em São Paulo. Entre 2006 e 2009, liderou a Coordenação Geral de Administração das Procuradorias do INSS, sendo responsável pela gestão de 91 Procuradorias Seccionais e 5 Procuradorias Regionais, além de coordenar a implantação do sistema Sistema Integrado de Controle das Ações da União (Sicau).

Entre 2011 e 2017, ocupou o cargo de Procurador-Geral do INSS, sendo o principal responsável pela defesa judicial da Previdência Social.

Em março de 2023, retornou ao INSS como Diretor de Orçamento, Finanças e Logística, cargo que antecedeu sua nomeação como Presidente da autarquia em julho de 2023.

Quem é José Carlos Oliveira

Ex-presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e ex-ministro da Previdência no governo de Jair Bolsonaro, José Carlos Oliveira foi aposentado pelo INSS em outubro deste ano.

Oliveira, que passou a se apresentar como Ahmed Mohmad, tornou-se diretor de benefícios do INSS em maio de 2021 e foi alçado a presidente do órgão em setembro do mesmo ano. Em março de 2022, foi nomeado ministro do Trabalho e da Previdência por Jair Bolsonaro.

Ahmed Mohamad (José Carlos) Oliveira, durante CPI do INSS.
Ahmed Mohamad (José Carlos) Oliveira, durante CPI do INSS.

Antes de assumir o cargo, ele foi técnico do seguro social e ocupou a Diretoria de Benefícios do INSS. Também foi superintendente do órgão na Região Sudeste.

Oliveira atuou como vereador de São Paulo entre outubro e dezembro de 2012 – ele havia sido eleito suplente pelo DEM, mas antes de assumir o cargo migrou para o PSD.

Era considerado “afilhado” político de Arnaldo Faria de Sá, ex-deputado federal que se apresentava como defensor dos aposentados e foi um dos principais combatentes na oposição à reforma da Previdência durante o governo Michel Temer.

Gestão de Oliveira no INSS

Oliveira foi responsável pela celebração de três acordo de cooperação técnica (ACT) com entidades suspeitas de terem arrecadado R$ 492 milhões com descontos ilegais aplicados a benefícios de aposentados e pensionistas.

Ele ignorou pareceres técnicos do órgão que recomendavam a não celebração de acordo e avaliação de riscos. Em depoimento à CPI do INSS, em setembro deste ano, o ex-presidente do Instituto afirmou que os acordos eram assinados de forma “automática” e que o órgão previdenciário não tinha condição de fiscalizá-los.

Ele também figurava como sócio de empresa de cobrança, o que conflitava com os interesses do acordo. Oliveira também era dirigente do INSS quando foi celebrado o acordo com a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das principais investigadas na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, e que tem ligação com os empresários Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, ambos presos pela polícia em setembro.

“}]] 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *