17 de novembro de 2025
Politica

Quem é o ex-procurador do INSS preso após mulher receber mais de R$ 11 milhões do Careca do INSS

O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e sua mulher, a médica e empresária Thaísa Hoffmann Jonasson, foram presos na última quinta-feira, 13, pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre os desvios nas aposentadorias.

No sábado, 15, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça concedeu prisão domiciliar a Thaísa para cuidar do filho de um ano do casal, que estava aos cuidados da avó de 73 anos.

Oliveira Filho é acusado de produzir pareceres que garantiram a continuidade dos descontos associativos ilegais a aposentados. A PF afirma que o ex-procurador teria obtido um incremento patrimonial de R$ 18,3 milhões em decorrência da chamada “farra do INSS”. Segundo as investigações, ele teria incorporado ao patrimônio da família um Porsche de um lobista, transferido para o nome de sua mulher.

O ex-procurador-geral do IINSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, em depoimento à CPMI do INSS em 23 de outubro de 2025.
O ex-procurador-geral do IINSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, em depoimento à CPMI do INSS em 23 de outubro de 2025.

De acordo com a Polícia Federal, entidades envolvidas no esquema faziam pagamentos às empresas de Thaísa como propina pela produção dos pareceres pelo marido. Thaísa recebeu R$ 11,9 milhões de empresas do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. À CPMI do INSS do Congresso Nacional, porém, ela alegou ter prestado serviços de pareceres médicos.

Oliveira Filho foi nomeado ao cargo de procurador-geral do INSS pela primeira vez em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e permaneceu no cargo até 2022, quando passou a atuar como consultor jurídico do Ministério do Trabalho e Previdência.

Em setembro de 2023, já na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Virgílio foi renomeado para a Procuradoria-Geral do INSS. Ele foi afastado a pedido da Polícia Federal (PF) em decorrência da operação que investiga desvios de R$ 6,3 bilhões de aposentadorias entre 2019 e 2024.

O ex-procurador-geral do IINSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, em depoimento à CPMI do INSS em 23 de outubro de 2025.
O ex-procurador-geral do IINSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, em depoimento à CPMI do INSS em 23 de outubro de 2025.

Na CPI do INSS, o advogado Eli Cohen afirmou que o servidor autorizava as remessas de dinheiro para as associações e era o elo com Antônio Camilo.

De acordo com a PF, Virgílio atuou formalmente para barrar o bloqueio de descontos em folha de aposentados e pensionistas. A medida havia sido determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após auditoria. O ex-procurador justificou que a trava poderia ampliar as filas de “idosos e pessoas de baixa instrução” nas agências da Previdência.

 

 

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