19 de novembro de 2025
Politica

BRB não explica o que presidente afastado do banco faz nos EUA

O presidente afastado do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, já estava nos Estados Unidos na manhã desta terça-feira, 18, quando a Justiça o retirou do cargo por 60 dias e autorizou mandados de busca e apreensão contra ele. A informação foi revelada pela Coluna do Estadão e confirmada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Questionado pela Coluna às 9h13, o banco silenciou: não disse o que Costa foi fazer nos EUA, nem quando voltará. Apesar de ser estatal, o órgão não divulga a agenda de seus dirigentes. O banco enviou um comunicado à imprensa em que comentou a operação da PF genericamente. Leia ao fim da reportagem.

Sem dar detalhes, o governador afirmou que o executivo estaria em um curso na Universidade de Harvard há duas semanas. Outro alvo da operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 18, foi Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, preso às 22h da segunda-feira, 17, no Aeroporto de Guarulhos. Ele estava prestes a deixar o País em um jatinho, segundo a PF.

A Coluna apurou que, por ora, a corporação não trabalha com a hipótese de fuga do presidente do BRB. A decisão judicial contra Costa não citava a prisão do dirigente, apenas o afastamento do posto. Além de autorizar o cumprimento de mandados de busca e apreensão no banco estatal, a Justiça ainda afastou por 60 dias o diretor de Finanças e Controladoria, Dario Oswaldo Garcia Júnior.

Liquidação do Master é uma das maiores da história do País

O BC anunciou nesta terça-feira, 18, a liquidação extrajudicial do Banco Master, o que representa uma das maiores intervenções bancárias da história do sistema financeiro brasileiro.

De acordo com dados disponíveis no sistema IFData, do BC, em março o Master tinha R$ 86,4 bilhões em ativos, R$ 83,2 bilhões em passivos exigíveis e R$ 3,2 bilhões em patrimônio líquido.

A liquidação extrajudicial é uma medida extrema, que interrompe o funcionamento de uma instituição, retirando-a do Sistema Financeiro Nacional. Isso significa que o banco deixa de funcionar.

Esse regime é adotado quando a situação de endividamento é irrecuperável ou quando há graves infrações às normas de regulação.

Dono do Master foi preso no Aeroporto de Guarulhos

A PF prendeu o dono do banco Master, Daniel Vorcaro, no Aeroporto de Guarulhos, por volta das 22h dessa segunda-feira, 17. A corporação identificou risco de o empresário fugir do País. Ele iria embarcar em um jatinho particular rumo ao exterior.

Outro preso na operação foi Augusto Lima, sócio do Master. Diretores da empresa também foram detidos pela Polícia Federal.

Operação Compliance Zero apura suposta organização criminosa

A Operação Compliance Zero investiga supostos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa, dentre outros. Investigadores detectaram suspeitas da emissão de títulos de crédito falsos pelo banco Master. Esses títulos teriam sido vendidos ao BRB e, após a fiscalização do Banco Central, foram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.

Em setembro, o BC reprovou a compra bilionária de uma fatia do Master pelo BRB. O BC analisou o processo por cinco meses. Segundo apurou o Estadão, um ponto central da decisão foi o risco de o BRB ser contaminado pelos ativos do Master considerados “podres”.

BRB impôs sigilo a todos os documentos do caso

O BRB impôs sigilo a todos os documentos internos relacionados à compra do Master. Em resposta a um pedido da Coluna com base na Lei de Acesso à Informação, o banco estatal alegou que a divulgação dos dados comprometeria sua competitividade no mercado financeiro. A decisão foi reforçada pelo presidente do banco, Paulo Henrique Costa.

Leia o comunicado do BRB

“O BRB reforça que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master.

O Banco informa, ainda, que nenhuma prisão foi realizada na manhã desta terça-feira (19). A decisão judicial que orienta a atuação da Polícia Federal nas dependências do Banco determina, exclusivamente, o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro pelo prazo de 60 dias.

A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades. O Banco segue operando normalmente, garantindo a continuidade integral dos serviços e preservando a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda a sua estrutura operacional.”

Paulo Henrique Costa, presidente do BRB afastado pela Justiça
Paulo Henrique Costa, presidente do BRB afastado pela Justiça

 

 

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