Caso Master: Presidente afastado do BRB está nos Estados Unidos
Alvo da operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta terça-feira, 18, para apurar crimes da gestão do Banco Master, o presidente afastado do BRB, Paulo Henrique Costa, está nos Estados Unidos. A informação foi confirmada à Coluna do Estadão pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O dono do Master, Daniel Vorcaro, foi preso pela PF.
Ibaneis relatou que falou rapidamente com Paulo Henrique e ele “ainda não sabia dos fundamentos” da decisão judicial desta terça-feira.
A Justiça Federal de Brasília determinou o afastamento de Paulo Henrique da presidência do banco estatal do governo do Distrito Federal e também autorizou o cumprimento de busca e apreensão no gabinete. Um diretor do banco também foi afastado.
A PF apura suspeitas de crimes na operação de venda do banco Master para o BRB. De acordo com investigadores, o Master criou carteiras de crédito falsas e as vendeu para o banco público, sem garantias para o negócio.
Indagado se Paulo Henrique retornaria dos EUA, Ibaneis respondeu: “Ele tem que voltar para responder os questionamentos”.
Dono do Master foi preso no Aeroporto de Guarulhos
A PF prendeu o dono do banco Master, Daniel Vorcaro, no Aeroporto de Guarulhos, por volta das 22h dessa segunda-feira, 17. A corporação identificou risco de o empresário fugir do País. Ele iria embarcar em um jatinho particular rumo ao exterior.
Outro preso na operação foi Augusto Lima, sócio do Master. Diretores da empresa também foram detidos pela Polícia Federal.
Banco Central decretou liquidação do Master
Nesta terça-feira, 18, o Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A medida aconteceu menos de um dia após o Grupo Fictor ter indicado o interesse em comprar a instituição.
Operação Compliance Zero apura suposta organização criminosa
A Operação Compliance Zero investiga supostos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa, dentre outros. Investigadores detectaram suspeitas da emissão de títulos de crédito falsos pelo banco Master. Esses títulos teriam sido vendidos ao BRB e, após a fiscalização do Banco Central, foram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
Em setembro, o BC reprovou a compra bilionária de uma fatia do Master pelo BRB. O BC analisou o processo por cinco meses. Segundo apurou o Estadão, um ponto central da decisão foi o risco de o BRB ser contaminado pelos ativos do Master considerados “podres”.
BRB impôs sigilo a todos os documentos do caso
Como mostrou a Coluna do Estadão, o BRB impôs sigilo a todos os documentos internos relacionados à compra do Master. Em resposta a um pedido da Coluna com base na Lei de Acesso à Informação, o banco estatal alegou que a divulgação dos dados comprometeria sua competitividade no mercado financeiro. A decisão foi reforçada pelo presidente do banco, Paulo Henrique Costa.

