20 de novembro de 2025
Politica

Deputado pede que Tribunal de Contas investigue BRB após operação da PF

O deputado distrital Gabriel Magno (PT) pediu nesta terça-feira, 18, que o Tribunal de Contas do Distrito Federal investigue o BRB, banco estatal local que foi alvo da Polícia Federal (PF). O presidente e o diretor de Finanças da empresa foram afastados do cargo pela Justiça por 60 dias. Na mesma operação, a PF prendeu o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, companhia que o BRB tentou comprar neste ano.

Segundo a PF, o Master vendeu R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao BC. A autoridade monetária decretou a liquidação do Master, que deixou de funcionar.

“Além de evidenciar a insolvência do Banco Master e o caráter fraudulento das operações, a investigação revelou que o BRB estava diretamente envolvido na aquisição de créditos inexistentes, transferindo vultosos recursos públicos para uma instituição privada e se expondo a prejuízos bilionários”, escreveu o parlamentar.

Banco de Brasília (BRB)
Banco de Brasília (BRB)

Liquidação do Master é uma das maiores da história do País

O BC anunciou nesta terça-feira, 18, a liquidação extrajudicial do Banco Master, o que representa uma das maiores intervenções bancárias da história do sistema financeiro brasileiro.

De acordo com dados disponíveis no sistema IFData, do BC, em março o Master tinha R$ 86,4 bilhões em ativos, R$ 83,2 bilhões em passivos exigíveis e R$ 3,2 bilhões em patrimônio líquido.

A liquidação extrajudicial é uma medida extrema, que interrompe o funcionamento de uma instituição, retirando-a do Sistema Financeiro Nacional. Isso significa que o banco deixa de funcionar.

Esse regime é adotado quando a situação de endividamento é irrecuperável ou quando há graves infrações às normas de regulação.

Dono do Master foi preso no Aeroporto de Guarulhos

A PF prendeu o dono do banco Master, Daniel Vorcaro, no Aeroporto de Guarulhos, por volta das 22h dessa segunda-feira, 17. A corporação identificou risco de o empresário fugir do País. Ele iria embarcar em um jatinho particular rumo ao exterior.

Outro preso na operação foi Augusto Lima, sócio do Master. Diretores da empresa também foram detidos pela Polícia Federal.

Banco Central decretou liquidação do Master

Nesta terça-feira, 18, o Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A medida aconteceu menos de um dia após o Grupo Fictor ter indicado o interesse em comprar a instituição.

Operação Compliance Zero apura suposta organização criminosa

A Operação Compliance Zero investiga supostos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa, dentre outros. Investigadores detectaram suspeitas da emissão de títulos de crédito falsos pelo banco Master. Esses títulos teriam sido vendidos ao BRB e, após a fiscalização do Banco Central, foram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.

Em setembro, o BC reprovou a compra bilionária de uma fatia do Master pelo BRB. O BC analisou o processo por cinco meses. Segundo apurou o Estadão, um ponto central da decisão foi o risco de o BRB ser contaminado pelos ativos do Master considerados “podres”.

BRB impôs sigilo a todos os documentos do caso

O BRB impôs sigilo a todos os documentos internos relacionados à compra do Master. Em resposta a um pedido da Coluna com base na Lei de Acesso à Informação, o banco estatal alegou que a divulgação dos dados comprometeria sua competitividade no mercado financeiro. A decisão foi reforçada pelo presidente do banco, Paulo Henrique Costa.

Leia o comunicado do BRB

“O BRB reforça que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master.

O Banco informa, ainda, que nenhuma prisão foi realizada na manhã desta terça-feira (19). A decisão judicial que orienta a atuação da Polícia Federal nas dependências do Banco determina, exclusivamente, o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro pelo prazo de 60 dias.

A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades. O Banco segue operando normalmente, garantindo a continuidade integral dos serviços e preservando a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda a sua estrutura operacional.”

 

 

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