23 de novembro de 2025
Politica

Governadores reduzem pressão em Brasília por projeto antifacção e temem ‘risco Derrite’

Na segunda semana de tentativas de votação do projeto de lei antifacção na Câmara, governadores de direita reduziram a pressão em Brasília em torno da proposta. Por ora, Ronaldo Caiado (União-GO) foi o único que confirmou viagem à capital federal nesta terça-feira, 18, para um “corpo a corpo” com deputados e tentar convencê-los a fazer mudanças no texto.

Na semana passada, estiveram em Brasília, além de Caiado, os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Jorginho Mello (PL-SC). A ofensiva no Congresso também contou com a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Dessa vez, a maioria do grupo preferiu se dedicar a atividades em seus respectivos Estados.

Também há cautela política dos governadores em relação às polêmicas do parecer do relator, Guilherme Derrite (PP-SP). A avaliação é de que, no começo da discussão sobre segurança pública, a direita obteve repercussão positiva, com a formação de um “Consórcio da Paz” e declarações desastrosas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a pauta. No entanto, na última semana os impasses no projeto pesou negativamente contra Derrite, com risco de respingar nos gestores estaduais.

A prioridade de Caiado será convencer Derrite a retomar o trecho que equipara o crime organizado ao terrorismo. A medida é amplamente defendida pela direita, mas foi retirada do projeto após questionamentos jurídicos sobre a possibilidade de abrir brecha para uma intervenção estrangeira no País.

O relatório de Derrite já está na quarta versão, após polêmicas como a da interferência em prerrogativas da Polícia Federal (PF). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), garantiu que a votação ocorrerá nesta terça-feira, 18, mas na semana passada houve adiamento de última hora, depois que o governo Lula, o PL e os próprios governadores pediram mais tempo para negociações.

O projeto foi enviado ao Congresso pelo Palácio do Planalto, na esteira da operação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio, contra o Comando Vermelho, que deixou 121 mortos. O conteúdo da proposta, no entanto, virou uma disputa política entre governistas e a oposição.

Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, e Cláudio Castro (PL), governador do Rio
Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, e Cláudio Castro (PL), governador do Rio

 

 

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