23 de novembro de 2025
Politica

Lula abre crise dupla com Câmara e Senado, Alcolumbre e Motta se reaproximam e base liga alerta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu uma crise dupla com a Câmara e o Senado ao criticar a aprovação do projeto de lei antifacção pelos deputados e, ao mesmo tempo, confirmar que preteriu o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). Esse cenário levou os presidentes das duas Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente, a se reaproximarem, o que ligou o alerta na base aliada para problemas no Congresso.

Câmara e Senado veem com incômodo o fato de Lula usar a opinião pública contra o Legislativo quando perde batalhas políticas. A cúpula do Congresso percebeu que o petista tem jogado a “batata” quente sempre no colo dos parlamentares ao inflamar a população. Se Motta e Alcolumbre não se unirem, avaliam, podem ser alvos de mais artilharia do governo em 2026, ano eleitoral. Um exemplo dessa relação mais próxima foi a foto dos dois com o presidente do STF, Edson Fachin, nesta quarta-feira, 18.

O Congresso ainda não esqueceu que petistas tacharam Motta de “inimigo do povo”, nas redes sociais, quando o decreto do IOF foi derrubado. O governo também foi “para cima” da Câmara na PEC da Blindagem e nas mudanças do relator Guilherme Derrite (PP-SP) no projeto contra o crime organizado. Como mostrou a Coluna do Estadão, o Planalto avalia agora colar no Senado a pecha de “chantagista” se a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF for barrada.

Na base aliada, a leitura é de que pode haver uma “tempestade perfeita” contra Lula no Congresso, no momento em que o governo negocia o Orçamento de 2026 e se aproxima do ano eleitoral, em que precisará aprovar pacotes de bondades. Além disso, no caso da indicação de Messias ao Supremo, a “fatura” de entrega de cargos e emendas só tende a aumentar.

Motta e Alcolumbre estavam afastados desde que o Senado enterrou a PEC da Blindagem após a aprovação na Câmara. A proposta dificultava investigações contra os parlamentares e foi alvo de protestos na rua, o que levou os senadores a votarem contra o texto para evitar o desgaste, que ficou restrito aos deputados.

Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara
Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara

 

 

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